É erro grave pensar que a ultradireita está vencida. Em crise prolongada, só a mudança real das condições de vida pode empolgar as maiorias. Há como fazê-lo – mas requer mobilizar a sociedade e se preparar para possíveis conflitos. O governo ainda hesita
A democracia está em crise. Contra o individualismo neoliberal, novos mecanismos de cidadania coletiva são necessários e urgentes. Um deles: oferecer à população moeda educativa a ser investida, por meio de assembleias, em ações comunitárias
Em surdina, neoliberais aproximam-se de uma vitória estratégica – anular os dispositivos constitucionais que obrigam o Estado a investir em Saúde e Educação. Mais espantoso: o passo pode ser dado por iniciativa do governo Lula
Cristiano Zanin vota com os conservadores no STF. Haddad encanta-se com a Faria Lima. E Rui Costa, da Casa Civil, deixou como legado, na Bahia, a polícia mais letal do país. Presidente precisa sacudir sua equipe, para corrigir os rumos do Brasil
Programa retoma, em parte, o investimento público, mas pode abrir portas ao poder das empreiteiras e do capital imobiliário. Obras da Copa mostraram o perigo. A saída: criar mecanismos robustos de participação e controle social locais
Diversas adutoras para abastecer comunidades ribeirinhas estão inconclusas. E, mais que a transposição do rio, foi o programa de cisternas que fez a diferença ao semiárido. É hora de nova batalha: pelos direitos da natureza e moratória às megaobras
Os R$ 77bi destinados à agricultura familiar não transformarão o campo – e repetem velhos problemas. É preciso construir novo modelo agrícola, garantir assessoria técnica, frear o uso de venenos e frear a formação de “agronegocinhos”
Redução do preço dos combustíveis e fim do esdrúxulo PPI indicam que empresa já não se submete ao neoliberalismo extremo. Mas falta o essencial: livrá-la da ditadura dos rentistas e colocá-la a serviço de um novo projeto de país
O liberalismo burguês não tem mais o que dar, e a fratura entre capitalismo e democracia dá brecha ao fascismo. Nesse contexto, Dilemas da Revolução Brasileira põe-se o desafio de “libertar a liberdade do liberalismo” e devolvê-la ao projeto socialista
A frágil democracia brasileira é sequestrada ao mesmo tempo pelo Centrão e pelos rentistas. Margem do Executivo é limitada e tende a encolher. Só há uma resposta possível: sacudir o tabuleiro viciado da política, por meio de mobilização cidadã