OutrasPalavras

Jornalismo de Profundidade e Pós-capitalismo

Há 20 dias às escuras, estado é retrato de má gestão privada de energia. Estatal é quem mantém o que ainda resta de eletricidade nos municípios. Além disso, gere 52% de toda água armazenada no Brasil. Sua defesa é estratégica e urgente

Integrado e público por décadas, sistema elétrico brasileiro foi privatizado e desmembrado por FHC. Lula aceitou a financeirização total. Apagão revela gigantesco castelo de cartas, em que corporações nada produzem — apenas traficam contratos

Grupo espanhol que geria a subestação avariada não honrou compromissos. Caso revela desastre da entrega de serviços públicos ao setor privado. Governo se diz surpreso, mas tenta vender a Eletrobrás e suas subsidiárias, como a Eletronorte

Decreto presidencial permite entregar à Saúde privada as duas principais estruturas do sistema: UBSs e Estratégia de Saúde da Família. Medida é muito mais grave que a contaminação do SUS pelas OSs. Mas resistência já começou

Caso da venda da empresa Casal, em Maceió, explicita a injustiça e estupidez incontornáveis da desestatização: um bem natural e coletivo vira ouro para empresários, como um “toque de Midas” — e saneamento de municípios pobres é precarizado

Governo promove liquidação de unidades modernas, eficientes e cruciais à soberania energética do país. Finge ignorar que petroleiras não sobrevivem apenas da extração. O pretexto é uma ficção: suposto “endividamento” da empresa

Manobra de Bolsonaro consiste em desmembrar empresas para vendê-las em partes, sem passar pelo Congresso. STF engole. Entendimento já permitiu a entrega de oito refinarias; banco público ameaçado de seguir mesmo caminho

Num trabalho acadêmico recente, história e características de cada fase do processo: do modesto “overnight”, até os anos 1990, à abertura dos mercados, com o Plano Real e ao “financismo de esquerda” com Lula. Tudo piorou pós-2016, mostra estudo

Autossuficiente na produção de petróleo, Petrobrás poderia abastecer todo mercado nacional — mas política de preços, adotada desde 2016, favorece a importação. Desta maneira, companhia estratégica vai sendo desmontada — junto de nossa soberania

Caso do RJ aponta: bancos sem nenhuma experiência em Saneamento preparam-se para assumir controle dos serviços, em operações obscuras e de rapina. Acesso dos mais pobres fica ainda mais distante. Tarifas subirão. Mananciais ameaçados