OutrasPalavras

Jornalismo de Profundidade e Pós-capitalismo

Agência reguladora quer autorizar planos ainda mais precários que atenderiam 40 milhões de brasileiros. É ardil das operadoras: lucrar com os mais pobres e, ao final, só encaminhá-los ao SUS. Por lei, custo deveria ser ressarcido ao governo, mas hoje elas já devem R$ 2 bilhões

Associações ligadas às operadoras preveem reajuste acima de 15% este ano, e culpam aumento de gasto médico-hospitalar após paralisia na pandemia. Professor contesta estimativa diante do lucro absurdo que obtém as empresas, enquanto brasileiros empobrecem

Explodem reclamações de usuários, carentes de serviço e ampla cobertura de saúde. Agência suspende a comercialização de convênios até que empresas resolvam irregularidades. Ministro, que deveria cuidar do SUS, trabalha para as corporações

• Planos de saúde querem diminuir cobertura • Atrasados na 3ª dose • Hesitação na vacinação pediátrica • Jovens indígenas sem vacina • Profissionais da saúde e covid • Covid longa, explicada • Leucemia infantil • Câncer de colo de útero •

Na crise sanitária, sistema recebe louvores da mídia que tanto o atacou. Mas corporações intensificam lobby para uma estranha “reforma”: capturar sua rede de atenção primária e despejar tratamentos complexos nas costas do Estado

As operadoras devem 2,9 bilhões à União – e buscam na Justiça emperrar o pagamento. Valor daria para imunizar milhões de brasileiros. Dívida vem de pacientes encaminhados à Saúde pública; por lei, privado deve ressarcir o Estado

Proposta de “reforma” da Saúde visa colocar vasta infraestrutura do sistema público a serviço das operadoras de planos privados – principalmente em áreas complexas e de alto custo. Setor privado usa a pandemia como pretexto para ampliar lucros

Fundos globais, como o BlackRock, já dominam os planos de saúde privada no Brasil, os laboratórios de diagnósticos e os hospitais com tecnologia de ponta. Voltados ao lucro máximo, cobram cada vez mais – e empurram o trabalho pesado ao SUS

Não é apenas a desigualdade brutal entre negros e brancos, mas também um número crescente de mortes “sem causa definida”. E mais: como a descoordenação federal multiplicou as vítimas da covid; segue a novela sobre planos de saúde