Documentário de Kleber Mendonça Filho é crônica autobiográfica apenas à primeira vista. Com humor e melancolia, ele traça uma arqueologia urbana da sétima arte em Recife entre afetos, marcas políticas, especulação e mudanças culturais
Filme de Zeca Brito retrata contexto histórico em que governador rechaçou golpe. Mas escorrega: insípido na forma, é didático quando deveria provocar e sugerir — o que poderia aprender com Bacurau e seu “saqueio antropofágico”
Numa provocação sobre o papel da violência, a pergunta: ela jorra do sangue dos invasores, ou da tentativa de colonizar e aniquilar o Sertão — com ajuda dos próprios brasileiros? Fica, no entanto, o exemplo: não precisamos morrer todo dia
Para o morador do sertão, o filme não mostra o futuro, mas um presente cruel. Há selvageria, mas também insubmissão. Nas entrelinhas, uma mensagem ao Nordeste: há força possível a ser levantada de um povo abandonado a si mesmo
Misteriosos assassinatos. Uma região desaparece do mapa. Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles fundem cultura nordestina e mundo globalizado. Na resistência de um vilarejo — violenta e fantástica — pulsa nosso drama político