A do álcool faz cantar; a do estômago vazio leva a tremer, dói, torna tudo amarelo, como dizia Carolina Maria de Jesus. Mas, apesar da apatia e da falta de proteína, os famintos carregam em seu mundo interior a fome de interromper a raiva e futurar…
Geografia da fome, sua obra mais incisiva, faz 75 anos. E permanece atual e inspiradora, num país com 20 milhões em apuros. Porque lembra: crise alimentar não vem da escassez, mas da pobreza fabricada pelo “desenvolvimento” das elites
Quais os estados brasileiros onde quase metade da população depende do programa. Por que, mesmo em regiões “mais ricas”, repasses são cruciais. Tímida, porém pioneira, iniciativa garantiu comida na mesa, mas também justiça espacial