Em plena crise, em vez de apostar em gastos públicos, governo aprofundou a “austeridade”. Eis o resultado: em dois anos, a pobreza saltou para 29,5%. Em SP e RJ, cresceu 40%. País beira o colapso social – e quem diz é “ilibada” ortodoxia econômica
Geografia da fome, sua obra mais incisiva, faz 75 anos. E permanece atual e inspiradora, num país com 20 milhões em apuros. Porque lembra: crise alimentar não vem da escassez, mas da pobreza fabricada pelo “desenvolvimento” das elites
Proposta de Paulo Guedes – doar restos da classe média para “mendigos e desamparados” – põe foco no desperdício individual. Mas foi o desmoronamento de políticas públicas que colocou Brasil de volta ao rumo da insegurança alimentar
Miséria espraiou-se a dezenas de milhões; 2021 pode ser pior. Setores do empresariado mostram-se temerosos: sem R$600 e socorro ao comércio, economia travará. Escapar da tragédia requererá oposição robusta contra o pesadelo ultraliberal
Campanha expõe situação crítica: com Bolsonaro, número de brasileiros em situação de insegurança alimentar grave saltou 27% – e já somam 20 mi. Na pandemia, avançou apesar do auxílio – quase extinto. País regride a patamar de 2004
Hoje, no Fórum Social Mundial, organizações civis e religiosas propõem uma Frente contra a insegurança alimentar, que já atinge 43 milhões de brasileiros. Também apontam: é hora de frear Bolsonaro e combater a “banalidade do mal”