Em Estranho caminho, um jovem cineasta volta a Fortaleza e reencontra o pai. Mas chega a pandemia. Neste entre-lugar, uma cidade ao mesmo tempo familiar e estranha, o real e fantástico se chocam numa relação esgarçada em tempos sombrios…
Mostra exibe, em SP, filmes da dupla de diretores Glenda Nicácio – Ary Rosa. Neles, coexistem beleza e trauma, poesia e violência. Sempre com inovações formais instigantes e a opção por levar à tela o drama e a força dos não escolhidos
Uma jovem cearense ganha uma bolsa para estudar Artes em Lisboa, mas um incidente a faz retornar, em sigilo. Em Greice, o talvez impera na narrativa por meio de quebra-cabeças e de uma “fingidora”: bela, carismática e com “a dor que deveras sente”
Segundo maior mercado de vídeo sob demanda do mundo, Brasil dá primeiro passo para regulação do setor. Poderia fomentar a indústria criativa e tecnológica, com o streaming, cinema, séries e documentários – mas falta uma agenda propositiva do governo
Filme é corajoso ao “transplantar” as veredas da história de Riobaldo e Diadorim para uma favela distópico-futurista, onde jagunços são milicianos. Porém, parte da poesia roseana se perde numa linguagem de “tiro, porrada e bomba”
A alegria é a prova dos nove é um caldeirão político: aborda drogas, sem-teto, mistérios da vulva, indígenas, Palestina… Mas o eixo central é a libertação radical através do amor e a sexualidade feminina, que perturba e abala o poder patriarcal
Transe aborda o fatídico 2018 – ano da vitória de Bolsonaro – a partir de um trisal de artistas, numa instigante mescla de realidade e ficção. Fora da bolha de classe média progressista, eles descobrem com espanto as fissuras, abismos e vertigens do Brasil real
A bela burguesa. O quartinho da empregada. A barata esmagada. A paixão segundo G.H não reproduz o livro de Clarice Lispector: emula uma linguagem, uma aventura ética e estética. Inventivo e intenso, filme é um mergulho em um mundo prestes a desmoronar
Documentário aborda a história do grupo mineiro que uniu ritmos – do jazz à viola caipira. Em vez de “voz de especialistas”, filme mostra o “clube” recordando casos, parcerias, encontros e composições – e a geografia afetiva da Belo Horizonte de ontem e hoje
Uma família feliz é um título irônico: por trás de um casal e filhos “de comercial de margarina”, fervilham ciúme, ressentimento e loucura. Entre reviravoltas, obra levanta uma questão: quando uma história sobre a crueldade passa a ser, ela mesma, cruel?