No neoliberalismo, a função da análise retorna como ferramenta de desempenhos sociais. O regresso ao trabalho alienado. A amar, segundo a gramática cristã ou de “promessas de uso”. O que foi feito da crítica implacável do que somos – e do que queremos ser?
Quais os fatores que nos satisfazem psíquica e emocionalmente? Freud pode chocar, ao dizer: a incompletude. Impulso que cria desejo, desloca-nos e gera a busca de sentido no amor e no trabalho. Força que nos afronta a encarar insuficiências e permite o arriscar
“É preciso se amar primeiro para depois amar alguém”. Mas o amor seria um reservatório transbordante? A incompletude não o constitui? Não estaria aí o medo de perder-se, o querer ser amado e encarar ausências com certa indiferença?
Pensadora vê nesta ideologia a síntese das opressões de raça, gênero e classe. E provoca, em livro recém-lançado no Brasil: antirracismo e feminismo podem ser capturados se, mais que transformar o mundo, buscarem ser reconhecidos
Socióloga marroquina aponta: sistema privatizou o eu, reduziu relações amorosas a consumo de lazer e transformou o sofrimento psíquico em grave (e particular) pecado. Combater a exploração também exige desmercantilizar a felicidade
Penélope tece: sempre a mesma coisa. Ulisses parte, sem chegar a lugar algum. A “família tradicional” ruiu, mas repetimos seus personagens — e acrescentamos a especulação. Há três caminhos para construir um amor realmente livre
Em duas autoras representativas do “movimento de poesia falada”, amores, identidade negra e aguerrida crítica ao machismo. Uma contundente forma de arte urbana, que conecta retórica à vida — e espanca e estanca os dramas da periferia