Contra o retrocesso, o “voto Duvivier”

Dilma será incapaz de realizar transformações de que país necessita. Mas elegê-la, evitando grande passo atrás, interessa especialmente a quem percebe este limite

141021-Horizonte31

.

Dilma será incapaz de realizar transformações de que país necessita. Mas elegê-la, evitando grande passo atrás, interessa especialmente a quem percebe este limite

Por Antonio Martins | Colaborou Graziela Marcheti

MAIS: Leia os demais textos desta série, sobre eleições 2014 e cenário brasileiro:

> Em busca de um novo horizonte histórico

> Anatomia de um erro grosseiro

> Terá chegado a hora de um Podemos?

> Por um programa de mudanças profundas

[ou clique aqui para ler a série toda, num único texto]

A polarização estridente e de baixa densidade, que marcou as eleições de 2014, atordoou a esquerda não ligada à candidatura de Dilma. A tensão foi menor no PSOL – onde Marcelo Freixo, Jean Willys, Gilberto Maringoni o outros posicionaram-se, desde o início do segundo turno, anunciando voto crítico em favor de Dilma. Mas agudizou-se entre os que, identificando-se com ideias pós-capitalistas, apoiaram Marina ou simpatizaram com ela. Até a véspera da eleição, continuavam indefinidos intelectuais como Luiz Eduardo Soares e Ricardo Abramavay, artistas como Gilberto Gil e jornalistas como Eliane Brum.

Enquanto isso, jovens pensadores como Bruno Cava e Moysés Pinto Neto, que têm se destacado nas redes sociais por suas análises instigantes sobre o cenário brasileiro, sugerem que votarão nulo em 23 de outubro. Ecoam as inquietações de milhares de ativistas que se identificaram com Junho de 2013. Moysés revela ter votado no PT em diversas ocasiões anteriores, e apoiará Tarso Genro, para o governado gaúcho. Mas pergunta: como votar em Dilma, se ela recusa-se a assumir compromissos com o que as manifestações exigiam – e até mesmo a rever o apoio do governo federal à brutalidade das PMs contra os manifestantes? Bruno, no Rio, assombra-se com entre aliança a presidente e personagens emblemáticos na repressão a Junho: o ex-governador Sérgio Cabral, seu vice e atual candidato Pezão, o prefeito Eduardo Paes. Diante destas atitudes, pensam eles, optar por qualquer dos postulantes que chegaram ao segundo turno seria assumir compromissos inaceitáveis.

Com enorme respeito aos que foram citados, este texto sustenta opinião distinta. O Brasil viverá, a partir de 2015, um período decisivo e possivelmente turbulento. As tensões políticas – que, como apontou Guilherme Boulos, intensificaram-se desde que a economia estancou e tornou-se impossível contentar ricos e pobres – tendem a se acirrar. As possibilidades de reviravoltas bruscas, também. Um governo Dilma será incapaz de articular as grandes transformações de que o Brasil precisará, ainda mais urgentemente, diante dessa conjuntura. Mas será também, por sua própria natureza, contraditório. A eventual vitória de Aécio engendraria uma grande coalizão das forças mais retrógradas. Alinharia o Executivo, a maioria do Congresso, a cúpula do Judiciário e a Velha Mídia, produzindo um ambiente político tão mortiço como o que se vive hoje em São Paulo.

Não se trata, como se viu até aqui, de um “choque de projetos”: assim como Aécio, Dilma também não questiona as estruturas políticas, econômicas e sociais que fazem a sociedade brasileira desigual, injusta e predatória. Mas três aspectos fundamentais, em que as eleições farão enorme diferença, merecem ser observados.

O primeiro diz respeito ao papel do Brasil no mundo. Aqui, parte-se de um retrocesso. O governo Dilma abandonou grande parte da ousadia rebelde que caracterizou seu antecessor. Dirigido por dois chanceleres sombrios, o Itamaray jamais repetiu iniciativas que desconcertaram a geopolítica eurocêntrica – como organizar em Brasília uma Cúpula Sulamericano-Árabe, ou articular uma saída para a disputa entre Estados Unidos e Irã, em torno da energia nuclear. Além disso, flerta recorrentemente com perspectivas regressivas, como um eventual acordo de “livre” comércio entre União Europeia e Mercosul.

Mas são deslizes incomparáveis com a perspectiva de Aécio – submissa aos EUA e à ordem eurocêntrica, avessa a qualquer arranjo geopolítico alternativo, hostil às tentativas de afirmar a independência da América do Sul. O ex-governandaor mineiro sabe: aqui, não encontrará a resistência que barraria medidas como um ataque ao Bolsa-Família, ou ao Mais Médicos. A política externa é assunto acompanhado por muitos poutos poucos, hoje incapaz de mobilizar a sociedade. O presidente tem o privilégio da decisão unipessoal – e ela muda muito…

Pode ter consequências dramáticas e duradouras, não irreversíveis por muito tempo. O esforço pela chamada “Segunda Independência” da América do Sul é um movimento vibrante, porém frágil. Governantes de países como Venezuela, Equador e – principalmente – Argentina, Uruguai e Bolívia não escondem: a ascensão de um governo alinhado aos Estados Unidos, em Brasília, reverteria acordos fundamentais. Além disso, atiçaria as elites locais. O papel estabilizardor que os três últimos governo brasileiros desempenharam em favor de Evo Morales ou Hugo Chávez seria revertido.

No plano dos BRICS, o papel do Brasil é muito menos relevante. China e Índia, ao menos, têm papel geopolítico maior que o nosso – e parecem mais empenhados em questionar a ordem mundial favorável a Washington. Mesmo nesse bloco, porém, um eventual realinhamento pró-EUA de Brasília teria consequências desastrosas, dada a parcialidade orwelliana da mídia internacional. E viria no preciso momento em que a Casa Branca, diminuída política e economicamente, tenta compensar estes declínio nos terrenos militar e de vigilância, abrindo novas frentes de guerra, recusando-se a rever a espionagem sobre a internet, mantendo o terror de Estado por meio do assassinato de oponentes.

O segundo ponto de desalinhamento claro entre as candidaturas é a política econômica – em especial, o vasto guarda-chuvas de assuntos relacionados à riqueza do Pré-Sal. Também aqui, estamos diante de algo decisivo e desconhecido.

O novo governo precisará lidar com a deterioração das contas externas, a desindustrialização da economia, a possível desaceleração da China – grande importadora de nossas matérias-primas. A posição de Dilma é incerta. A presidente anunciou que troará o ministro da Fazenda. Algumas especulações falam na volta de Antonio Palocci, o que seria trágico.

Mas e Aécio? Sua ligação – sempre reafirmada – com Fernando Henrique Cardoso e sua decisão precoce de indicar Armínio Fraga (um mega-especulador) para o ministério da Fazenda não sugerem, não sugerem que retomará o impulso de proteger a oligarquia financeira – e deixar todos os demais ao desabrigo – sempre que surgirem dificuldades no horizonte? A existência de imensas reservas de petróleo não convidará a usá-las em proveito desse setor, desperdiçando-as, sem que resultem em benefício algum para as maiorias?

A terceira grande diferença é a que se refere ao título deste texto, quando alude ao “voto Duvivier” Não tem relação colm as posturas dos candidatos, mas diz respeito a algo de enorme importância: sua base social. Dois comícios – um de Dilma, no Rio (Cinelândia), outro de Aécio em São Paulo (Pinheiros) evidenciaram algo ontem (22/10).

Com Dilma , esteve uma multidão heterogênea e colorida, parte da qual opõe-se, na prática, aos compromissos políticos da candidata. Havia, por exemplo, defensores da democratização das comunicações, da garantia de direitos civis aos casais LGTB, da redução da jornada constitucional de trabalho a 40 horas por semana. Já em São Paulo, havia uma pequena multidão cinzenta, que gritava insistentemente: “Viva a PM”.

* * *

Oito dias antes, o ator e escritor Gregório Duvivier havia manifestado sua singular declaração de voto. Ao fazê-lo, não escondeu certa desesperança. “Não voto feliz em nenhum dos dois candidatos”, disse. Explicou o motivo, em clara referência às misérias do sistema político: “não importa quem ganhe, já começa endividado – e vai quitar a dívida com dinheiro público. Ambos contraíram empréstimos milionários com empreiteiras, bancos, com a Friboi (sim, a Friboi doou a mesma quantia para os dois candidatos -não quis correr riscos) e fizeram acordo com os setores mais reacionários da sociedade. Ambos os governos – não se enganem – vão ser ruralistas, fundamentalistas e corruptos”.

Por essas e outras”, frisou Duvivier, “poderia votar nulo”. Se preferiu não fazê-lo, foi devido ao que vai além do que cada candidatura diz pretender – os grupos sociais que a apoiam e o ambiente que se arma em torno dela. Ao descrever a “onda Aécio” que parecia contagiar o Rio há dez dias, o ator destacou: “Estou voltando para casa a pé, tarde da noite, quando percebo que uma enorme SUV me acompanha – lustrosa, reluzente, cheirando a blindada. (…) Um sujeito põe a cabeça para fora da janela e berra: ” Vaza, PT! Volta pra Cuba!” Foi este clima que fez Duvivier decidir seu voto: “A militância de jipe e os comentaristas de portal não me dão essa opção [de anular o voto]. Se quem defende causas humanitárias e direitos civis é tachado de petista, não me resta outra opção senão aceitar essa pecha”…

A epidemia das SUVs aecistas, no Rio, ou a multidão bradando pela PM, em São Paulo, não são detalhes desimportantes. No cenário de dificuldades econômicas e turbulências internacionais que se conformará logo após as eleições, a eventual vitória do PSDB desencadearia, tudo indica, uma onda regressiva, uma caça às bruxas cujos alvos seriam as principais conquistas políticas e culturais dos últimos anos.

Já a eleição de Dilma – ou seja, o que resultará de um “voto Duvivier”, tão crítico quando seu criador – abrirá, quase imediatamente, pelas próprias contradições que cercam a candidata, uma espécie de “terceiro turno”, uma disputa pelo futuro do país. Nela, terão o espaço o governo, a oposição de direita e também os que, não querendo abrir mão das conquistas dos últimos doze anos, consideram-nas limitadas e insuficientes.

Qual dos dois cenários interessa a quem busca transformar a sociedade brasileira, enfrentar a camisa de força do atual sistema político e a avançar muito além do que o governo Dilma pode oferecer? Qual deles torna mais próxima uma experiência semelhante à do Podemos e mais visível o novo horizonte utópico de que precisamos?

Leia Também:

5 comentários para "Contra o retrocesso, o “voto Duvivier”"

  1. Leovileno disse:

    o bloqueio do site do TSE de Minas Gerais foi totalmente um retrocesso, assim como acobertou a lei da transparência, e por mais que lute contra a ideia, além de ser um retrocesso, foi um crime contra a democracia daquele estado e também de todos os brasileiros, os impedindo de saber toda a verdade a respeito do que estava a disposição no site!

  2. ELISABET GOMES DO NASCIMENTO disse:

    Prezado Antonio Martins,
    Com todo o respeito ao ator Gregório Duvivier, se eu entendi, ele só se deu conta do quanto o país pode piorar, retroceder, depois que foi perseguido por aecistas no Leblon?
    Poxa vida, pelo jeito, ele anda bem alienado, das melhorias que o povo brasileiro, vem conquistando. Antes tarde do que nunca, lógico.
    MAS, sinceramente Antonio Martins, achei um tanto exagerado o sr.citá-lo como referência no título de seu artigo.
    um abraço

  3. ELISABET GOMES DO NASCIMENTO disse:

    Li, um artigo muito interessante do professor da USP, Wladimir Safatle nesta semana, com o título: A EDUCAÇÃO DE AÉCIO. Ele CITA O LAMENTÁVEL LEGADO EDUCACIONAL dos 8 anos de FHC. Para se ter ideia, nenhuma universidade federal, foi criada em sua gestão, sem falar que nesse período todo, o país ficou sem realizar concursos públicos para professores universitários, deixando um déficit de 7.000 professores no sistema educacional nacional.
    Depois de 2002, já no governo LULA e DILMA, 18 novas universidades federais foram inauguradas.
    Não preciso falar na situação falimentar das universidades paulistas, que o PSDB, vem administrando há mais de 15 anos.
    Concluindo: VOTAR NA PRESIDENTA DILMA, é evitar não só o retrocesso social, cultural , econômico, mas é principalmente dar continuidade ás políticas de inclusão que há 12 anos vem acontecendo.

  4. Se já estão fazendo isso com a Dilma e PT, imagina se comprassem todas essas brigas e fossem de encontro com tudo que incomoda a gente?
    Chegamos no limite onde qualquer politica de esquerda chegaria, não adianta bater de frente sem apoio popular. O Processo de mudança não pode ser radical, senão a plutocracia engessa e fica ainda mais perversa. Tem que aprender a enganar os enganadores.
    A minha utopia é esta:
    Uma das ações que traria mudanças significativas seria no controle dos métodos eleitorais, que já não nos oferecem segurança e qualidade. Ao mesmo tempo em que são os grandes estimuladores de desvios de favores empresariais. Sem contar com as jogatinas promovidas, entre os candidatos, para desfazerem das imagens dos adversários, sendo sempre uma parte da população, a menos favorecida, a mais prejudicada.
    Precisamos, sim, de um processo seletivo mais limpo e econômico para a ocupação dos cargos destinados à administração pública, de um novo modelo que promova a eleição de ideias e não de candidatos.
    Esses profissionais, em vez de eleitos, seriam selecionados através de inscrição pública, como normalmente acontece: uma prova inicial didática e uma prova por avaliação de títulos. Onde seriam posteriormente avaliadas as participações sociais dos candidatos durante suas vidas, com exceções a atividades com vínculo empregatício, sendo relevante os níveis de participação de cada um, com o resultado aberto ao público, os quesitos sociais demandariam 70% de aprovação na segunda fase.
    Os valores dos cargos à organização nacional seriam representativos, como deve ser neste modelo atual.
    Emendas e projetos seriam avaliados publicamente através de enquetes pela internet e telefone.
    Sendo serviços gratuitos.
    Levantei algumas questões:
    Quanto à comprovação da participação social do aspirante ao cargo basta imaginar, um individuo que promova mudanças sociais positivas de alguma maneira vai ter a SITUAÇÃO + BENEFICIADOS = TESTEMUNHAS.
    Para tornar mais democrático, os interessados que não tivessem concluído o 2º grau e tivessem bons resultados no ENEM (algo a se pensar), poderiam concorrer aos cargos.
    Não haveriam mais pessoas que, ali estão, por carisma, popularidade ou, até mesmo, por compra de votos.
    Para que esse novo modelo fosse possível, a população tem que solicitar um plebiscito para a aprovação popular ou não.
    Havendo um avanço popular, isto é, o modelo sendo aceito pela população. A gestão em exercício seria responsável pela organização do novo modelo, sendo que, somente se , houvesse participação de uma organização apartidária, formada por filósofos e outros sabedores, conhecidos e renomados por suas excelências, sendo responsável pela formulação da parte didática. Esse grupo seria decidido por acerto popular, através de uma simples enquete, assim como as pessoas que avaliarão e/ou aprovarão o candidato. Da mesma forma que é feita a eleição, porém sem campanha. Os dados destas pessoas serão disponibilizados e o povo se manifestaria por internet ou telefone. Tudo deveria ser explicado em rede nacional. Sendo o resultado aberto ao público e passível de contestação também popular, havendo reformulação se comprovada alguma fraude.
    NÃO SERÃO CARGOS VITALÍCIOS
    (a pensar, período, nos artigos 8, 4, 10 anos + reformulação dos salários)
    “O serviços essenciais nunca param! São geridos por suas próprias células”
    Quem faz a loja é o cliente
    Benefícios:
    1º Não haveria campanha eleitoral, as campanhas eleitorais são, por vezes, as grandes causas do desvio de verbas públicas. Colhidas através de licitações fraudulentas de empresas que servem apenas para esse fim: tornar legal o dinheiro mal utilizado. Ou os candidatos são ajudados por empresas que trocarão seu investimentos por favores.
    2º Não teríamos ruas sujas, paredes pintadas, “showmício”, boca-de-urna e etc, etc.
    3º As pessoas que ocupam os cargos, seriam obrigadas a dar continuidade em obras consideradas vitais para o organização federal, não seriam divididas as ideias através dos partidos, pois os mesmos não teriam funcionalidade neste novo modelo.
    4º Escolhendo a seleção de títulos por obras sociais estimularíamos que, os interessados nos cargos, procurassem praticar ações sociais mesmo que visando apenas empregar-se.
    5º Não haveriam mais cargos de confiança, aqueles que os políticos colocam seus entes queridos, mesmo que sejam despreparados, estes também seriam ocupados mediante a seleção pública, por tempo determinado ou não.(a pensar)
    6º As representações partidárias seriam ainda mais simbólicas e trabalhariam para o debate das ideias e não apenas visando favorecer candidaturas.
    Desta forma seria mais fácil ter nos cargos pessoas que procuraram durante suas vidas trazer benefícios ao coletivo junto com seus conhecimentos. Viver bem, enriquecer muitos desejam, mas existem formas de fazer isso com coerência.
    A prova de títulos, tendo como maior pontuação, a participação social e colaborativa do candidato é uma maneira de mudar o rumo dos investimentos em campanhas para atitudes que beneficiarão a população. Assim como não dificultar o acesso apenas para as pessoas que estudam, favorecidas por suas situações financeiras. Imaginem todos os candidatos, a cada período seletivo, promovendo mudanças mesmo que cheios de interesses. Lembrando que eles precisariam criar um histórico de participação social para poder concorrer com pessoas que já fazem isso há mais tempo.
    Poderia ter um programa, de perguntas e respostas, televisionado para os últimos colocados. Seria divertido, poderiam convidar o Silvio Santos, mas para isso é preciso pressa, ele já está velhinho.
    Com a novidade teríamos pessoas estudando para ocupar esses cargos representativos, sem muros pintados, sem papéis no chão e estimularíamos a participação social do indivíduo.
    As leis e atos administrativos devem ser definidas pelos cidadãos. Através de processos simples, como já estão analisando :
    www12.senado.gov.br/noticias/materias/2013/07/04/aprovado-mecanismo-para-cidadao-opinar-sobre-projetos-em-tramitacao
    Quanto mais se retarda uma ATITUDE mais distantes ficam os resultados!
    Convide seus amigos a uma conversa sobre este assunto.
    Alguns depoimentos que demonstram a necessidade de uma Reforma Política
    :::
    A agenda de político, passa uma eleição já tá no radar a próxima, é por isso que sou contra a eleição de 2 em 2 anos. Eu acho que deveria ter eleição, pelo meu gosto, de 5 a 6 anos, sem reeleição e com a coincidência de tudo, de vereador a presidente da república.Sairia muito mais barato para a democracia brasileira, mais barato em todos os aspectos, toda vez que se entra no período eleitoral tem o bloqueio de 6 meses.A cada 4 anos, paramos 1 ano, seis meses antes da eleição nacional e seis meses antes da eleição municipal. Esse processo encarece muitíssimo as campanhas eleitorais, o que é um foco, claro e explicito de corrupção.
    A promiscuidade entre o público e o privado começa na campanha eleitoral.
    Ninguém banca a sua própria campanha, tem que ter alguém pra bancar. A não ser que seja um milionário e resolva ele mesmo botar pelo prazer de ser eleito, mas todo mundo acaba dependendo.Às vezes a classe política descola da realidade, exatamente porque ela tem uma agenda muito obsessiva com a questão eleitoral, por isso que eu insisto que se a gente pudesse fazer coincidência com 5 ou 6 aos de mandato sem reeleição a gente ia ganhar muito.Não estou dizendo que essa é uma solução definitiva, que em democracia não tem solução definitiva, você introduz uma metodologia, ela vem, cresce, se consolida e daqui a pouco, daqui a 20 anos está desgastando e pode ser que a gente queira mudar de novo.”
    :::
    Não há nenhum momento da história, em nenhum lugar do mundo, que a negação da política tenha trazido algo melhor do que a política. O que aparece sempre quando se nega a política é um grupo praticando, na verdade, a ditadura. Não podemos nos iludir. Apesar dos grandes serviços prestados pelo congresso, o sentimento difuso na população é que esta casa tem mais ouvidos para o poder econômico do que para a sociedade, é imperativo que a casa enfrente o desafio de concretizar uma reforma política. “É de requalificar a democracia que estamos falando. E isso significa requalificar os partidos, diminuir a influência do poder econômico nas eleições e ampliar as formas de participação da sociedade no processo legislativo. É uma agenda que exige a coragem de romper com a acomodação, com velhos vícios, com o medo de mudar. ”
    A ideia não é remover a estrutura do Executivo, do Legislativo, nem do Judiciário, é apenas substituir a forma como entram, mais educativa, mas econômica e mais saudável.
    A ideia aqui não é para acabar com a corrupção, pois daí já teríamos que tratar de outros assuntos, esse texto estimula apenas pensarmos numa ideia parar minimizar os gastos, financeiros, morais, ambientais e o resto se faz acompanhando, exigindo e participando das coisas através de uma Democracia Direta (que será implantada junto com um sistema educativo, preparando as pessoas para isso)
    O fato de todos os cargos comissionados serem também selecionados desta forma, eliminará uma boa quantidade de vínculos criados na rede de favorecimentos em prol das campanhas, o que possibilita o aumento de fiscalização natural, até que se faça a nova rede e precisemos de novos planos.
    Democracia direta fala exatamente da participação das pessoas nas escolhas, então precisamos educar-nos para isso, pois existem possibilidades de mudarmos drasticamente as redes viciadas ao tentar reduzir as presenças nefastas que tomam conta de tudo, enquanto não temos o voto -1. Depois disso, dá-se continuidade às conquistas de novas ideias, que a cada passo, minimize as facilidades administrativas dos recursos criados pela sociedade
    Enquanto isso, nas eleições, mesmo a maioria não participando da escolha, ainda assim as coisas se definem. Com mal ou Bonfim.
    O texto é curto, é para ser apenas um disparador para algo mais formal, cheio de artigos e incisos. quem sabe? Sonhar é preciso.
    A população só precisa ser educada para isso e não vai ser só responsabilidade do governo, será também de quem se preocupa.
    Bom procurar entender um pouco das consequências montadas pela história política do nosso país:
    http://www.youtube.com/watch?v=UsMcFHW6Q4g

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *