Variante Delta ameaça fim das restrições no Reino Unido

Mesmo com alta cobertura vacinal, novo crescimento de casos assusta especialistas. Governo quer adiar reabertura total para impulsionar ainda mais imunização

Foto: David Levene / The Guardian
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O Reino Unido havia planejado levantar todas as suas medidas restritivas contra a covid-19 no próximo dia 21, com bares, boates, restaurantes e casamentos funcionando normalmente, sem limite de ocupação. Mas tudo indica que isso não vai acontecer: o primeiro-ministro Boris Johnson deve anunciar hoje que o fim das regras será adiado por mais quatro semanas.

A preocupação é com os novos casos registrados, que voltaram a crescer no fim de maio apesar da ampla cobertura vacinal (segundo o Our World in Data, 43% da polulação estão totalmente imunizados e outros 17% tomaram a primeira dose). As taxas diárias de novos casos atingiram seu maior nível desde 26 de fevereiro; especialistas têm alertado para o começo de uma terceira onda, que estaria sendo provocada pelo alastramento da variante Delta, identificada primeiro na Índia. Ela já se tornou dominante no Reino Unido. Se o ritmo atual se mantiver, no fim de julho o país terá tantos casos diários como em janeiro.

Ainda não se sabe como isso vai impactar as hospitalizações e mortes. As internações já começaram a crescer, mas num ritmo menor do que o observado em setembro, quando a segunda onda deu seus primeiros sinais no país. O ministro da Saúde, Edward Argar, disse à BBC que os casos mais graves ocorrem em pessoas não imunizadas ou que só tomaram a primeira dose; não é coincidência que o impacto esteja sendo mais fortes em áreas mais pobres, com menor cobertura vacinal. Segundo Argar, as próximas quatro semanas poderão ser usadas para aplicar mais 10 milhões de doses de imunizantes antes da reabertura total. 

Isso tudo parece corroborar que a vacinação protege também contra a Delta naquilo que mais importa – casos graves e mortes –, mesmo que a blindagem não seja total. Mas, em se tratando de uma variante muito transmissível, é uma indicação bem ruim para todas as pessoas que ainda não conseguiram se vacinar: a maior parte do planeta.

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