Vai ter segunda dose para todos?
Com 65% da população ao menos parcialmente imunizada, desafio é fazer com que todos completem o regime
Publicado 10/09/2021 às 08:45 - Atualizado 10/09/2021 às 08:46
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O Brasil está administrando mais a segunda dose de vacinas contra a covid-19 do que a primeira desde a semana passada, observa o Estadão. É a primeira vez que isso acontece em um contexto de cobertura com a primeira dose já alta (65,1% da população). Isso significa que, embora seja importante continuar o esforço para alcançar quem ainda não se vacinou, é hora de garantir que todas as segundas doses sejam aplicadas.
Um problema: vários estados estão com risco de desabastecimento dos imunizantes de Oxford/AstraZeneca, o que pode ser agravado pela decisão de reduzir o intervalo entre as doses de 12 para oito semanas. Em São Paulo isso já está acontecendo: só na capital, metade dos postos não tem essa vacina disponível para a segunda dose. O governo paulista responsabiliza o Ministério da Saúde pelo “apagão”; a pasta rebate, dizendo que o problema foi o estado ter usado como primeira dose os imunizantes destinados à segunda.
É importante ressaltar que o governo federal autorizou o uso de Pfizer para a segunda dose, na falta da AstraZeneca (o que tem sido feito em outros países também, com bons resultados).
Outro problema: mesmo quando há doses disponíveis, as pessoas se esquecem de voltar para completar o esquema vacinal. Esse é um fenômeno conhecido, que tende a ser pior quando o intervalo entre as doses é longo. Só que o Ministério da Saúde não tem feito muito para combatê-lo. O ministro Marcelo Queiroga às vezes fala sobre a necessidade do retorno; a pasta até divulgou algumas peças publicitárias; mas nunca passou muito disso. E uma estratégia eficaz já deveria ter sido pensada há tempos. “Precisamos de algum mecanismo para lembrar a pessoa, seja uma mensagem de texto, ligação, e-mail”, sugere a epidemiologista Denise Garrett, vice-presidente do Instituto Sabin, também no Estadão.
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