Vacinas: quando o HPV alimenta-se de moralismo

Principal forma de câncer de colo de útero persiste porque pais temem “passaporte para o sexo”

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A princípio, parece difícil até de acreditar – mas é real. Visões moralistas sobre o sexo abrindo caminho para a incidência das formas de câncer no colo do útero provocadas pelo vírus HPV (papilomavírus humano), conta matéria do Globo. Há vacina. Está disponível pelo SUS desde 2014. Mas a parcela da população imunizada está muito aquém do necessário. Como deve ser aplicada em meninas de 9 a 14 anos e meninos entre 11 e 14, a imunização esbarra no conservadorismo de alguns pais. Pensam que vacinar os filhos representa um “passe livre” para o sexo. E se recusam a oferecê-lo…

O HPV sexualmente transmissível é o principal causador do câncer de colo de útero. Também é responsável por outros tipos de câncer: de boca e orofaringe, vulva, pênis e canal anal.Caso as barreiras fossem transpostas, o país poderia avançar muito: a vacina reduz em até 90% a incidência da doença – que matou 6.500 pessoas, só em 2019, e é a principal causa oncológica de mortes de mulheres na região Norte. Para especialistas, o principal entrave à imunização é o acesso: adolescentes não têm autonomia para irem sozinhos aos postos de saúde. A vacina, idealmente, deveria ser oferecida nas escolas.

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