Vacinação em gestantes também revela lacuna de atuação do Ministério da Saúde

Anvisa suspendeu aplicação da vacina da AstraZeneca em grávidas até que se investigue morte no Rio. Especialistas recomendatam uso da vacina da Pfizer nesse público, mas governo não fez indicação nesse sentido

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A Anvisa recomendou ontem à noite a suspensão imediata do uso do imunizante de Oxford/AstraZeneca em gestantes. O Ministério da Saúde disse ao Painel da Folha queinvestiga o caso de uma grávida que morreu depois ter sido vacinada; segundo o site Metrópoles, a mulher desenvolveu um quadro de trombose dias após a injeção. Mas ainda não se sabe se o problema teve a ver com a vacina. 

A nota da agência reguladora não cita essa morte, mas enfatiza que, na bula, não consta o uso em grávidas.

Apesar disso, alguns estados haviam começado a oferecê-la depois que gestantes e puérperas foram incluídas pelo Ministério da Saúde nos grupos prioritários. 

Ensaios clínicos que estudam a segurança das vacinas em gestantes ainda estão em andamento, mas já existem alguns dados, mesmo que limitados.

Estudos em animais com as vacinas da Moderna, Pfizer/BioNTech e Janssen não encontraram problemas; nos Estados Unidos, dados de mais de 90 mil grávidas vacinadas, principalmente com imunizantes de mRNA, não levantaram nenhuma preocupação relacionada à segurança.

Mas, embora não haja nenhuma evidência de que as outras vacinas possam representar algum risco específico a essa população, também não há dados robustos apoiando o uso.

Por isso, no Reino Unido, as autoridades recomendam que gestantes recebam os imunizantes da Pfizer ou da Moderna

Pelo mesmo motivo, alguns especialistas pediram que gestantes fossem vacinadas com as primeiras doses da Pfizer que chegaram ao Brasil. O governo federal, no entanto, não fez nenhuma indicação específica nesse sentido.

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