O misterioso caso das ilhas Seychelles

Com o segundo maior percentual de pessoas totalmente vacinadas, país enfrenta novo surto da covid-19

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As ilhas Seychelles, país que tem segundo maior percentual de pessoas totalmente vacinadas do mundo, está enfrentando um novo surto. Mais de 60% da população já tomou as duas doses de vacina, uma taxa maior que a observada em Israel (58%) e quase o dobro da dos Estados Unidos (33%).

Segundo a plataforma Our World in Data, a média móvel de novos casos chegou a 150 por dia na semana passada, o que é muito para a população de menos de 100 mil habitantes.

A taxa é de 1,5 mil casos por milhão – cinco vezes maior que a do Brasil ou dez vezes maior que o dos Estados Unidos no mesmo período. O número absoluto de mortes é mínimo, mas, em relação ao total da população, foram cerca de três óbitos diários para cada milhão de habitantes, ou 50% a mais que nos EUA. 

O que pode ter acontecido? A frustrante realidade é que ainda não sabemos. O aumento das curvas levantou dúvidas sobre a eficácia do imunizante da Sinopharm, o mais usado por lá (os dados dos estudos, como dissemos acima, atestam uma taxa de quase 80%). 

A alta também pode estar relacionada ao retorno do turismo às ilhas: após quase um ano de bloqueio, houve reabertura para viajantes de fora no dia 25 de março. 

Mas não há nenhuma explicação oficial sobre o problema. A OMS está trabalhando com as autoridades locais para mapear como o quadro mudou, identificando padrões e as características dos infectados. 

Dados do governo divulgados na semana passada mostram que, de mil casos ativos, um terço foi em pessoas que já estavam totalmente vacinadas.

Enquanto isso, o foco é achatar as curvas de novo. No dia 3 de maio, quando se registrou um recorde de 500 novas internações, foram implementadas novas medidas de bloqueio, como fechamento das escolas, restrição de horários de bares e proibição de eventos sociais e encontros com mais de quatro pessoas. 

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