Sai Barros, entra Occhi

Crédito: Erasmo Salomão/MS

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O novo ministro da saúde, Gilberto Occhi, assumiu ontem a pasta e prometeu que “não haverá nenhum tipo de ruptura”. Assim como Ricardo Barros, Occhi é filiado ao Partido Progressista. E, também como Barros, ele não tem nenhum histórico na saúde…

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SAI BARROS, CHEGA OCCHI

O novo ministro da saúde, Gilberto Occhi, assumiu ontem a pasta e prometeu que “não haverá nenhum tipo de ruptura”. 

Assim como Ricardo Barros, Occhi é filiado ao Partido Progressista. E, também como Barros, ele não tem nenhum histórico na saúde: é advogado e, até a nomeação, presidia a Caixa. Esta reportagem especial de Maíra Mathias, no Outra Saúde traz o perfil de Occhi (que já foi acusado por Lúcio Funaro de ter uma ‘meta mensal’ na Caixa de propina para políticos do PP) e um balanço da gestão Barros, mas não só. Mais que isso, ela aborda as barganhas político-partidárias em torno do Ministério da Saúde e mostra o que significa ter o PP no comando do SUS.

Occhi já chegou anunciando que quer prédios de Unidades Básicas de Saúde dividindo espaço com escolas, diz o Estadão. “Defendemos isso, a múltipla utilização dos equipamentos”, afirmou o novo ministro. As UPAs ainda não inauguradas também poderiam ter seu uso alterado. O jornal ouviu Gastão Wagner, presidente da Abrasco, que fez muitas críticas. Para o pesquisador, há o uso compartilhado em outros países, mas planejado. “A planta dessas obras não foi feita pensando em escolas e creches. Como permitir um uso compartilhado?”; “Como se pode fazer uma creche num lugar que rotineiramente recebe pessoas doentes?”; e “Uma simples ocupação não resolveria nada. Pode colocar a saúde de crianças em risco e adia a resolução de um problema histórico no país, que é a falta de acesso aos serviços de atenção básica”, apontou ele.

FINANCIAMENTO INTERESSADO

Deu no New York Times: uma profunda investigação sobre como a indústria do álcool influenciou, por meio de financiamento, a a pesquisa de uma instituição pública norte-americana. Segundo o jornal, o Instituto Nacional de Abuso de Álcool e outras Drogas (que faz parte do National Institutes of Health, centro de pesquisa biomédica governamental dos EUA) pediu dinheiro à indústria entre 2013 e 2014 para financiar um estudo de longa duração sobre os potenciais efeitos benéficos do consumo diário de bebida alcoólica. 

A jornalista  Roni Caryn Rabin descobriu a história ao pesquisar emails e vouchers obtidos pela legislação de acesso a informação e ao entrevistar ex-oficiais federais. “Um ensaio clínico definitivo representa uma oportunidade única para mostrar que o consumo moderado de álcool é seguro e reduz o risco de doenças comuns”, dizia o slide de uma das apresentações que pesquisadores fizeram para executivos.

Ao ver os slides, o professor Michael Siegel, professor da Boston University School of Public Health, disse: “Isso não é pesquisa em saúde pública – é marketing. Deve ter parecido um sonho para a indústria. É claro que eles pagariam por isso”, e ainda:  “Eles estão admitindo que o ensaio foi criado para fornecer uma justificativa para o consumo moderado de álcool. Isso não é ciência objetiva”.

A matéria informa que a maior parte do financiamento do estudo (cujo custo total é de US$ 100 milhões) vem de cinco empresas ligadas ao setor: Anheuser-Busch InBev, Heineken, Diageo, Pernod Ricard and Carlsberg. As regras do NIH não permitem que empregados peçam ou sugiram doações ou financiamento e este centro disse que vai investigar se isso de fato aconteceu.

Em tempo: também ontem, o site Stat divulgou depoimentos que mostram que o diretor do Instituto abafou uma pesquisa que mostrava a relação entre a publicidade de bebidas alcóolicas e o consumo por menores de idade.

DEMISSÃO

A professora e pesquisadora Sonia Fleury, que foi demitida da FGV após 35 anos de trabalho e, na semana passada, publicou uma carta aberta sobre isso, deu entrevista ao site Saúde Popular comentando o caso – e também o autoritarismo na academia. Confira.

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VIDAS QUE IMPORTAM

Este mês, a matéria de capa da Radis fala sobre resistência e luta por direitos dentro das favelas – direitos como saúde, educação e moradia, mas também o próprio direito à vida. Ao longo do texto, conhecemos pessoas e coletivos que participam ativamente destas lutas e lembramos o assassinato de Marielle Franco, vereadora do PSOL que militava pelos direitos humanos, denunciava casos de violência policial e foi executada no último dia 14.

Hoje, o Sala de Convidados, do Canal Saúde, exibe às 11h um programa com o tema “Direitos humanos para quem?”, que pode ser assistido aqui.

DIFICULDADES COM A TUBERCULOSE

Radis também fala sobre os desafios de se combater a tuberculose. A doença é tratável, mas o problema é que muitos doentes param de tomar os remédios quando começam a se sentir bem, antes do fim do período necessário, o que faz com que a doença volte – e mais forte. A tuberculose está fortemente ligada a pobreza e situações de vulnerabilidade.

FEBRE AMARELA

Já foram feitas 21 transplantes de fígado em pacientes de febre amarela, e em 9 deles os pacientes sobreviveram. O Estadão conta que a troca de fígado nesse caso específico nunca havia sido feita até dezembro do ano passado e é um “um marco no tratamento da doença no mundo”. Hoje ela é feita em caráter experimental e o Ministério deve decidir em breve se seguirá sendo realizado no país, e sob que condições. A primeira paciente operada tinha desenvolvido uma hepatite fulminante; teve alta em fevereiro, mas possui sequelas. Outro sobrevivente havia contraído febre amarela mesmo depois de vacinado.

A revista Radis traz um guia com informações atualizadas sobre a doença: expansão geográfica, novo medicamento, reurbanização, cobertura vacinal baixa, macacos sentinelas e doses fracionadas.

MACONHA SINTÉTICA?

Melhor não: 38 casos de hemorragia, com uma morte, foram confirmados no estado norte-americano de Illilnois. O departamento de saúde afirmou que ““afetar o cérebro de forma muito mais poderosa que a maconha; seus efeitos podem ser inesperados e, em alguns casos, perigosos ou até fatais”.

ESTUPROS NO FUTEBOL

Denúncias de abuso sexual a menores de idade pairam sobre o River Plate, um dos principais times de futebol argentinos. A acusação partiu de uma médica cirurgiã que trabalhou no clube. Segundo ela, os estupros ocorreram entre 2004 e 2008. Há duas semanas, outro time, o Independiente, havia feito uma queixa ao saber que jogadores entre 16 e 17 anos foram colocados em uma rede de prostituição.

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