Qual é o plano?

Paulo Guedes promete estender auxílio em caso de segunda onda. Técnicos do governo, porém, confiam em tese de imunidade coletiva para crer em melhora da pandemia

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Paulo Guedes deu ontem mais uma mostra de que o governo federal não sabe o que fazer em relação ao Renda Cidadã. A menos de dois meses para o fim do ano não se encontrou uma forma de financiar o programa. Só que vem aí o fim do auxílio emergencial – que garantiu a Bolsonaro apoio popular no meio da crise sanitária. Então Guedes afirmou que “se houver uma segunda onda de covid-19” vai haver uma prorrogação do benefício “com certeza”. Numa conta que não explicou, disse que nesse caso “ao invés de gastar 10% do PIB, como foi neste ano, gastamos 4% [em 2021]”. 

Esse não é, de acordo com ele, o “plano A” do governo – que envolveria uma redução nas contaminações e a “volta” da economia. A concretização deste plano parece depender de forças sobrenaturais, já que o governo não tem estratégia para evitar um recrudescimento da pandemia no país. Os técnicos apostam que não teremos uma piora na crise sanitária e, segundo o G1, para isso se baseiam na crença de que o país já está próximo da imunidade de rebanho… “Os técnicos se baseiam em uma tese fundamentada em estatísticas de infecções e em um estudo acadêmico que circulou na área econômica, no Palácio do Planalto e no Ministério da Saúde. O estudo mostra cidades brasileiras nas quais 20% ou mais da população teriam tido contato com o coronavírus e estariam supostamente imunizadas”, diz a reportagem. Já sabemos que 20% de infectados não representam segurança para o coletivo, e que falar em imunidade de rebanho sem vacina significa aceitar candidamente milhares de vidas perdidas. A concretização do ‘plano A’ de Guedes, portanto, depende do fracasso do governo em proteger as pessoas. 

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