Quais os riscos dos animais que contraem covid?

Centenas de mamíferos que estão sujeitos à doença. Alguns não manifestam sintomas – e preocupam por disseminarem o vírus silenciosamente –, outros chegam a morrer, ameaçando espécies. E há o risco do desenvolvimento das novas variantes…

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Cães, gatos, visons, tigres, quatis, veados, hamsters, gambás e outros 540 mamíferos são suscetíveis a contrair e transmitir o coronavírus que provoca a covid-19. É o que expõem pesquisadores ouvidos em uma matéria do New York Times traduzida pela Folha de S. Paulo. Desde o início da pandemia, cientistas do Instituto Cary de Estudos e Ecossistemas, dos EUA, monitoram por meio de inteligência artificial quais os animais seriam os próximos atingidos pelo Sars-CoV-2. O fato traz alguns problemas para pessoas e bichos, expostos no artigo.

O primeiro, de grande preocupação, é o risco de que, ao “saltar” de humanos para animais, o vírus sofra mutações que o tornem menos controlável – como aconteceu com a variante ômicron, embora ainda não se saiba exatamente qual foi sua origem. O temor intensificou-se quando cientistas descobriram que um certo tipo de veado, nos EUA, estava carregando o vírus silenciosamente – e ele já estava espalhado por uma grande região. Que outros bichos estarão propagando o coronavírus na natureza?

Esse é um problema maior quando se trata de espécies peridomésticas: aquelas que vivem perto dos humanos mas transitam livremente. Os mais preocupantes são os roedores e morcegos, que já carregam outros patógenos em si e provocam doenças. Animais domésticos, como gatos, cachorros e mesmo hamsters não são tão preocupantes, pois limitam-se a um território mais restrito. Cientistas explicam: é muito mais fácil que os humanos transmitam a covid a seus bichinhos de estimação do que o contrário – portanto não há motivo para pânico.

Outro temor é com a gravidade da doença em algumas espécies – principalmente aquelas ameaçadas de extinção. Três leopardos-das-neves de um zoológico norte-americano morreram depois de contrair o coronavírus, além de um filhote de leopardo selvagem na Índia. Ainda são poucos os casos de mortes por covid em animais, mas é necessário o acompanhamento justamente para que possam ser preservados.

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