Projeto S: CoronaVac mantém proteção mesmo após 6 meses
Instituto Butantan, produtor da vacina, mantém pesquisa para acompanhar imunidade dos que a receberam. Em nova etapa, observou: sua eficácia mantém-se com o passar do tempo e também é eficaz como terceira dose em idosos
Publicado 16/02/2022 às 06:30 - Atualizado 15/02/2022 às 19:06
O Projeto S, pesquisa realizada pelo Instituto Butantan ao longo de um ano após a aplicação da CoronaVac nos habitantes de Serrana-SP, divulgou dados preliminares de sua nova etapa. Como metodologia, cientistas fazem coletas sorológicas periódicas de serranenses com mais de 18 anos para avaliar os efeitos da vacina contra covid em sua imunidade. A terceira fase aconteceu em janeiro, seis meses após a aplicação da segunda dose e apresentou resultados satisfatórios. A CoronaVac parece ser eficaz inclusive como dose de reforço, analisa Gustavo Volpe, diretor técnico do Hospital Estadual de Serrana e um dos coordenadores do Projeto S: “Foi possível observar um incremento grande nos níveis de anticorpos na população mais idosa da ordem de duas a quatro vezes quando comparados à etapa anterior”.
Os serranenses começaram a ser imunizados em fevereiro de 2021 com a vacina produzida pelo Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa SinoVac. Hoje, as taxas de anticorpos contra o coronavírus em todas as faixas etárias se mantém acima de 99%, segundo dados preliminares. E mesmo naqueles indivíduos entre 18 e 59 anos que não haviam recebido a dose de reforço, as taxas de anticorpos permanecem altas, afirma o Instituto. A previsão era que o Projeto S fosse encerrado neste mês, mas os rumos que a pandemia tomou exigem que seja estendido – portanto o Butantan estuda continuar a pesquisa por mais um ano.
Em um estudo de vida real realizado pela Fiocruz, registrou-se que a CoronaVac foi utilizada em mais de 40 milhões de brasileiros, em 2021. Entre a população de 18 a 59 anos, apresentou uma eficácia que varia entre 89% e 93% contra óbitos, 85% a 91% contra internações e 66% a 72% contra infecções leves. Na população idosa, ela perde efetividade: protegeu de 69% a 86% contra mortes e de 64% a 81% contra internações. Foi o primeiro imunizante a ser inoculado na população brasileira, e o principal utilizado em idosos. A CoronaVac recentemente foi aprovada para o uso infantil a partir de 6 anos, faixa etária de extrema importância para conter a fase atual da pandemia.
