PÍLULAS | Ventilar salas de aula no Brasil poderia salvar crianças

• A importância da ventilação, comprovada • Novo método para diagnosticar o coronavírus • Xangai adota nova política anticovid • Os anos que perdemos para o câncer • Anvisa suspende remédios contra covid •

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Ventilar salas de aula no Brasil poderia salvar crianças

A ventilação de ambientes é uma das medidas mais efetivas para conter o espalhamento do coronavírus e talvez a mais negligenciada, no Brasil. Agora, um estudo feito na Itália, pela Fundação David Hume, comprovou sua efetividade também em escolas. Ao comparar dados de mais de 1.400 unidades, concluiu-se que a implementação de sistemas de Ventilação Mecânica Controlada (VMC) reduz em 82,5% o risco de infecção pelos alunos. Essa é uma forma de arejamento de ambientes que funciona no hemisfério norte, onde os locais são fechados para o aquecimento durante o inverno. No Brasil, não seriam necessários: há outros meios efetivos de arejamento, com ventiladores e janelas e portas abertas, explica matéria do Jornal da USP. Outro dispositivo pouco utilizado por aqui é o medidor de CO2. Simples e barato, ele monitora o nível de renovação do ar. Com a liberação do uso de máscaras até em ambientes fechados, em vários estados do país, essa seria uma maneira de reduzir os riscos às crianças e adolescentes.


Ciência brasileira: um novo método para diagnosticar covid

No início da pandemia, em 2020, a UFRGS abriu as portas de seus laboratórios para contribuir com a testagem dos brasileiros. Mas encontrou um entrave: os insumos para a análise genética do teste RT-PCR – considerado padrão ouro para diagnóstico de pacientes do SUS – foram ficando cada vez mais inacessíveis por falta de disponibilidade e variações do dólar. Foi aí que a farmacêutica Andreza Martins e seu orientando Otávio von Lovison começaram a estudar o uso de um aparelho que já existia na universidade, chamado Maldi-TOF, para identificar partículas do coronavírus. Não era tão fácil, afinal a máquina é projetada para diagnóstico bacteriano. Os cientistas trocaram informações com um grupo da Inglaterra que estavam usando esse método para identificar a proteína S do Sars-CoV-2, e estão prestes a alcançar a autonomia para diagnóstico da doença. Embora o custo do Maldi-TOF seja alto, o preço para processar cada amostra é de menos de R$ 20 reais, cerca de dez vezes menos que o RT-PCR. Andreza Martins recebeu o prêmio 25 Mulheres na Ciência na América Latina, da empresa 3M, graças a esse projeto.


Covid: O surto em Xangai e as novas estratégias da China

“Xangai não pode passar por um lockdown” alertou Wu Fan, especialista da equipe antiepidêmica da cidade ao Global Times. Após dois anos com a política de “covid zero” do país asiático, algo parece mudar lentamente. A China vem sofrendo pequenos surtos devido à variante ômicron, mais contagiosa. Xangai teve 38 casos positivos e 2.231 casos assintomáticos na última sexta-feira (25/3), e por isso precisou tomar precauções. Mas ainda há exemplos a serem seguidos, nessa possível nova fase. Segundo o novo método, as regiões de Xangai são divididas entre áreas-chave e áreas normais. Nas áreas-chave, se algum novo caso é descoberto, toda a população precisa ser testada com exames RT-PCR – mas nas áreas normais a testagem é um pouco menos rigorosa, adotando também os autotestes de antígeno, que oferecem rápido resultado. Nessas áreas menos críticas, os exames são entregues pelo governo de porta em porta, bem como as instruções para usá-los. Com os testes negativos, os cidadãos podem voltar a sair de suas casas normalmente.


Os anos de vida perdidos para o câncer, no mundo

Na última década, o número de pessoas com câncer está aumentando em ritmo bastante preocupante, segundo análise Peso Global do Câncer de 204 países e territórios, publicada no fim de 2021. Registra uma matéria da Folha que o aumento em dez anos foi de 26%: em 2019, foram registrados 23,6 milhões de novos diagnósticos da doença – em 2010 eram 18,7. A pesquisa também analisa quantos anos foram perdidos por causa da doença – comparando a idade de morte da pessoa com a expectativa de vida em sua região, e adicionando o período em que ela perdeu a capacidade de viver com saúde. Foram 250 milhões de anos de vida perdidos. Nos países com índices sociodemográficos maiores, o câncer tornou-se a causa principal de anos perdidos. Mas foi em países pobres onde houve maior aumento proporcional na última década.


Anvisa suspende remédios contra covid, ineficazes contra a ômicron

A Anvisa suspendeu temporariamente a autorização de uso emergencial dos medicamentos Regn-Cov-2 (carisivimabe e imdesivimabe) e Regkirona (regdanvimabe). Os medicamentos possuem indicação para tratamento de casos leves a moderados de covid-19, para pacientes que possuem alto risco de progressão e agravamento da doença. A agência vem acompanhando a eficácia dos medicamentos aprovados contra as novas variantes do Sars-CoV-2 e, de acordo com os dados apresentados pelas empresas, os medicamentos Regn-Cov-2 e Regkirona demonstraram queda significativa na atividade contra a variante ômicron do novo coronavírus – a predominante no Brasil, atualmente. A suspensão será mantida até que sejam apresentados dados que comprovem a sua eficácia contra a cepa ou outra variante de preocupação que venha a se tornar predominante no país.

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