PÍLULAS | Suspeita de novos tipos de dengue em Teresina

• Anvisa sugere deixar de exigir teste anticovid nas fronteiras • Mundo precisa aprender a acelerar vacinação • Sequelas da covid em metade dos pacientes internados • Análise genética para prevenir o câncer • Refugiados afegãos e transtornos mentais • A história do mosquito •

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Enquanto o país avança por um lado, com uma vacina contra a dengue, a dengue avança por outro, criando tensão no Piauí. Após dois anos com poucos casos, surgiram 835 pacientes e uma morte nos primeiros três meses deste ano. A diretora de Vigilância em Saúde da Fundação Municipal de Saúde, Amariles Borba, quer que o ministério da Saúde autorize exames de genoma para verificar se não há na cidade uma variante do arbovírus, causador da doença. Há uma disseminação da dengue no país, e ela acredita que pode haver um tipo diferente de arbovírus em ação em Teresina. Quanto à vacina, criada pelo Instituto Butantan, já vale contra quatro subtipos dos arbovíruses e obteve bom resultado, este mês, induzindo anticorpos entre 100% e 90% das pessoas em foi testada. O Butantan trabalha em parceria com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA e a farmacêutica Merck.


Menos restrições anticovid nas fronteiras

Na semana passada, a Anvisa sugeriu a possibilidade de que o teste de covid deve deixar de ser exigido de passageiros vacinados e também que se encerre a necessidade de quarentena para não-vacinados, mas somente em caso de apresentação do exame com resultado negativo. A agência sugere que as mudanças passem a valer a partir de 1º de maio. Porém, o governo corre para propagandear que o país venceu a pandemia, e deve antecipar as novas regras de controle das fronteiras. Pela regra atual, quem entra no Brasil por voo internacional deve apresentar resultado negativo em teste para covid e certificado de vacinação. Hoje, se não estiver vacinado, além de apresentar o teste, o passageiro deve realizar quarentena de até 14 dias.


Para as próximas pandemias, a vacinação global deve ser mais rápida

Em setembro passado, mais de 100 governos que participaram da Cúpula Global Covid-19 comprometeram-se a vacinar pelo menos 70% da população em todos os países em um ano – com as taxas atuais, menos de 100 países completarão esse objetivo. Neste artigo publicado na Nature, estudos estimam que levará até 15 de julho para que 75% das nações de renda alta vacinem totalmente 70% de suas populações. Contra uma possível e mais mortal pandemia, países têm desenvolvido métodos para atingir uma meta de 100 dias para o desenvolvimento de uma vacina, logo a partir da publicação da sequência genética de um vírus. Mas a rapidez tecnológica não será suficiente se não houver velocidade na distribuição e aplicação igualitária dos imunizantes em toda a população mundial.


Sequelas da covid afetaram metade de pacientes internados

Nova pesquisa apontou que mais da metade dos pacientes internados com covid sofreu piora da qualidade de vida. Meses depois da alta hospitalar, sequelas mentais e físicas prosseguiram, afetando principalmente mulheres e idosos. O estudo fez uma revisão das pesquisas disponíveis sobre o assunto. O levantamento reuniu pesquisadores da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, em colaboração com a UFMG e a Fiocruz. Alguns dos problemas sistematizados incluem dores e desconfortos, principalmente na região torácica e articular, e mialgia generalizada.


Pesquisa em Ribeirão Preto tenta estimar risco de câncer

Equipes do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica, na cidade, estão tentando criar um meio de prevenir o câncer utilizando análise genética. As equipes estão recrutando pessoas maiores de 18 anos que concordem em fazer a análise – uma genotipagem do DNA – a partir de uma amostra de sangue. Elas são acompanhadas pelas Equipes de Saúde da Família no Distrito Oeste de Ribeirão Preto. A genotipagem do DNA pode gerar um conjunto de características hereditárias que indicaria, para cada pessoa, a suscetibilidade de ela ter a doença. Seria um avanço sobre a atual capacidade de prevenção, explica o oncologista Leandro Colli, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP e um dos coordenadores do projeto. Também participam da pesquisa o Hospital das Clínicas-USP, a Fundação de Amparo ao Ensino, Pesquisa e Assistência e a prefeitura.


As angústias dos refugiados afegãos vivendo nos EUA

Acolhidos pelo governo norte-americano após a retirada das tropas seu país, as famílias afegãs enfrentam depressão e transtornos mentais por terem de deixar suas casas depois de uma guerra traumática. E os recursos de saúde mental criados pelo governo dos EUA funcionam mal, reporta o site Stat News em reportagem sobre diversas famílias agora vivendo no exílio. Acredita-se que sejam poucas as famílias com problemas, mas pode ser por falta de uma verificação mais apurada sobre quantos refugiados lutam contra depressão, ansiedade ou estresse pós-traumático, opina o site. Não é fácil. Por exemplo: quando ainda estavam instalados em bases militares, todos, aparentemente, se recusaram a conversar com um psicólogo. Um deles explicou: os afegãos, por hábito tradicional, não se sentem à vontade para contar seus problemas a estranhos.


O papel do mosquito na história da humanidade

Além de causar doenças e importunar as pessoas, o inseto fez estrepolias inimagináveis, como mostra O mosquito: a incrível história do maior predador da humanidade, de Timothy Winegard, lançado ontem no Brasil. O jornal Nexo publicou diversas proezas da biologia do predador, mas o autor foi muito além, dizendo que ele foi a arma secreta de George Washington, na Revolução Americana. Que ele levou a Grã-Bretanha a colonizar a Austrália; que protegeu os papas por séculos e que a Starbucks deve a ele sua dominação do mercado global. Parece uma leitura muito divertida.

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