PÍLULAS | Startups invadem atenção básica

Healthtechs: medicina de negócios tenta capturar a atenção primária l Violência sexual em hospitais é muito maior que se pensava l “Dois terços dos povos isolados morrem após contato” l Documento homofóbico é rechaçado tarde por Academia de Médicina de NY l Temperaturas extremas castigam à fria Europa

.

Healthtechs: medicina de negócios tenta capturar a atenção primária 

Superar o mito de que Saúde é apenas o combate às doenças. Investir na prevenção. Estas ideias, base do movimento que levou à construção do SUS, estão sob risco de captura pelo setor privado. Matéria publicada n’O Estado de S.Paulo no domingo (10/7) aponta o crescimento das chamadas “startups de saúde”, ou healthtechs. Até o fim de junho, havia 34 empresas desse tipo em operação no país, comparado a apenas 18 em 2018. QSaúde, Sami, Alice e Kipp Saúde, do Grupo Omint, são algumas delas. Muitos dos clientes dessas empresas estavam sem cobertura de saúde suplementar antes de contratá-las, segundo o jornal. De quase 9 mil clientes da Sami, mais de 75% não tinham plano. Para reduzir custos, as startups investem na atenção primária. Mas não enxergam na Saúde um direito: querem mercantilizá-la. E contam com a mãozinha do ministro Marcelo Quiroga, que tem, entre suas prioridades, permitir que a medicina de negócios tenha acesso à gigantesca base de dados do SUS

Violência sexual em hospitais é muito maior que se pensava

Levantamentos realizados em hospitais de nove estados brasileiros, entre 2014 e 2019, apontaram 1239 casos de estupros e 495 assédios sexuais. Os números seriam certamente muito maiores, se não estivesse envolvido apenas um terço das unidades da federação; e se não houvesse limitações evidentes à identificação dos abusos. Além de os hospitais não possuírem câmeras para garantir a privacidade dos pacientes, a advogada Isabela Del Monde, da Rede Feminista de Juristas, esclarece que gravações de imagem e ou som, muitas vezes, são consideradas ilícitas. “Se a pessoa saiu do local, mas deixou o celular, com o intuito de espionagem, é considerada uma prova ilícita”, diz ela.

“Dois terços dos povos isolados morrem após contato”

Em entrevista recente, o médico indigenista Lucas Albertoni afirmou que a invasão de terras indígenas por garimpeiros, madeireiros e outros criminosos tem causado uma série de doenças aos povos isolados, aumentando de maneira acelerada a possibilidade de extermínio de alguns destes povos. Em maio do ano passado numa visita a aldeia Mário Brasil do Rio Ituí, onde vive o povo Koburo, contatado em 1996, o relato da líder indígena Maya dava sinais da situação em que vivem estes povos:  “Remédio do mato não tá curando doença de branco. Antes do contato com a Funai, Xikxu pegava remédio do mato e curava. A gente ficava bom”.

Documento homofóbico é rechaçado tarde por Academia de Médicina de NY

Apenas 58 anos depois de publicado, um documento oficial da Academia de Medicina de Nova York, que classificava a homossexualidade como doença está sendo revisto. Segundo o documento, apresentado em 1964 pelo comitê de saúde pública da instituição, homossexuais seriam “indivíduos emocionalmente perturbados que não adquiriram uma capacidade normal para desenvolver relacionamentos heterossexuais satisfatórios”. Mesmo recebendo uma série de críticas na época, o referido documento permaneceu em vigência até agora, revela nota publicada pela Revista Fapesp.

Temperaturas extremas castigam à fria Europa

A climatologista Friederike Otto, do Imperial College London, colocou há dias uma pulga atrás da orelha dos que pensam que o aquecimento global é problema apenas dos países do Sul. “Em 2020, só no Reino Unido, mais de 2500 pessoas morreram por causa de dias quentes, e esses foram menos quentes e menos frequentes do que aquilo que está acontecendo este ano”, disse ela. Meteorologistas alertam que na Península Ibérica, os termômetros podem marcar 47°C. E mesmo partes da França, Alemanha, Itália e países balcânicos tendem a experimentar temperaturas acima de 40°C nesta semana. Já em maio, as mudanças climáticas manifestaram-se na Ásia. Ondas de calor atingiram a Índia e parte do Paquistão. Agora, este país asiático sofre com inundações devido às fortes chuvas e o departamento meteorológico da Índia já tem alertas vermelhos, indicando que mais de 200 mm de chuva podem cair em períodos de 24 horas. 

Leia Também: