PÍLULAS | Oposição impede corte de verba na ciência

Entidades científicas e oposição vencem governo |”Se vai devolver, pra que tirar?” | OMS vê apartheid genético | Como as patentes ampliam as desigualdades | Quanto salame é saudável comer? | A ameaça oculta da carne processada

.

Ciência: entidades e oposição barram corte de verbas
Ao menos um, dos múltiplos ataques do governo Bolsonaro à produção científica brasileira, caiu por terra esta semana. Na terça-feira, o plenário da Câmara derrubou, por 197 votos contra 187, projeto do Palácio do Planalto que permitia ao Executivo “contingenciar” (bloquear) verbas destinadas ao setor pelo Orçamento. O objetivo do governo era claro. Projeto de lei que já fora aprovado pela Comissão Mista de Orçamento revogava legislação anterior e permitia reter recursos destinados ao Fundo Nacional para o Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia (FNDCT). 

“Se o governo vai devolver, por que quer retirar”?
Mas a denúncia de entidades do setor repercutiu na oposição e conseguiu conter o retrocesso. Um destaque apresentado pelo PT, e apoiado pela oposição, acabou reunindo também o apoio do MDB, PSDB e PSD. O líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (PL-TO) ainda propôs um “acordo”, afirmando que, se aprovado o projeto, o Executivo “comprometia-se” a reconstituir as verbas eventualmente cortadas. Mas a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) retrucou: “Se o governo vai recompor, por que está retirando”?

OMS alerta para riscos de apartheid genético…

O Conselho Científico da Organização Mundial da Saúde (OMS) chamou a atenção, nesta terça-feira, para a crescente desigualdade mundial no acesso aos estudos genéticos. Um relatório do órgão, sustenta: não é ética ou cientificamente justificável que países com menos recursos não tenham o mesmo acesso às tecnologias para as pesquisas no campo de que desfrutam os países ricos. A genômica usa métodos da bioquímica, genética e biologia molecular para entender e usar informações biológicas em DNA e RNA. Há vastos  benefícios para medicina e saúde pública, e eles se tornaram especialmente visíveis durante a pandemia de covid.

e pede o reduzir peso das patentes: Os efeitos positivos podem se estender à agricultura, pesquisa biológica e muito mais. O relatório pede a expansão do acesso a tecnologias genômicas, particularmente em países de baixa e média renda, e aponta deficiências em financiamento, infraestrutura laboratorial, materiais e pessoal altamente treinado. Entre as formas de ampliar o acesso dos países empobrecidos às tecnologias destaca o texto, estão o fim das patentes — ou ao menos a atenuação de seus efeitos. Estas medidas simples são, no momento, o que as corporações da Big Pharma mais temem, como mostrou a restrição ao acesso às vacinas, durante a pandemia.

Embutidos: o limite máximo para evitar o câncer
Os alertas para o risco dos embutidos e demais carnes processadas vêm de longe. Mas agora há uma tentativa de definir limites de consumo. A Agência Nacional Francesa de Segurança Alimentar (Anses) propôs, como teto de ingestão máxima saudável, 150 gramas por semana. Equivalem a um pacotinho e meio de salame. O motivo são os conservantes utilizados nos processos de industrialização, que foram associados à incidência de câncer pelo Centro Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (CIRC) francês em 2015.

Uma advertência especial contra as carnes processadas
O alerta francês estende-se à carne processada. Usada comumente em comidas rápidas, sanduíches, salgados, pizzas e outros lanches, ela é a que passa por transformações como a salga, cura, fermentação, defumação ou qualquer procedimento com o intuito de realçar o sabor ou aumentar o período de conservação. As substâncias presentes nos processos de defumação, por exemplo, possuem conservantes como os nitritos, nitratos e o sal podem provocar o surgimento de câncer de intestino (cólon e reto). Dadas estas condições, nutricionistas sugerem, se possível, fazer os lanches com outras opções como queijos brancos, ovos, saladas e pastas preparadas com grãos (como grão-de-bico) ou vegetais (como abóbora, berinjela ou o que for de mais fácil acesso).

Leia Também: