PÍLULAS | Ameaça a animais é também perigo para comunidades

Como a depredação da vida selvagem nos afeta • Uma nova alternativa do SUS contra os linfomas não Hodgkin • Despreparo médico pode afetar ida de lésbicas ao ginecologista • Vacinas contra HPV disponíveis para homens com baixa proteção imunológica • A estratégia de Cuba contra a mortalidade infantil • Vírus da família Ebola eclode em Gana

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Superexploração de espécies selvagens ameaça também humanos

Plantas e animais selvagens, fungos e algas sustentam metade da população mundial. Mas seu uso futuro está ameaçado pela superexploração por parte da indústria, afirma um novo e detalhado estudo da ONU. Em meio a uma crise alimentar global, a pesquisa reflete sobre a urgência em se pensar o uso mais sustentável dos recursos presentes nos ecossistemas. Cientistas calcularam que cerca de 50 mil espécies selvagens são usadas na medicina, no setor energético, para alimentação, construção civil e em práticas culturais tradicionais. Mas atividades como a pesca não regulamentada e a extração  ilegal de madeira prejudicam – e ameaçam – a existência futura dessas espécies variadas. Grupos de plantas como cactos e orquídeas estão particularmente em risco, e a caça insustentável foi identificada como uma ameaça à sobrevivência de 1.341 espécies de mamíferos selvagens.

Butantan testa tratamento inovador contra o câncer para o SUS

Pesquisadores brasileiros vão testar, a partir de 2023, uma nova alternativa para o tratamento de um tipo de câncer no sangue, o linfoma não Hodgkin de células B. A terapia inovadora usará as CAR-T Cells –  linfócitos (células de defesa) modificados em laboratório – que se tornarão capazes de identificar o tumor e atacá-lo com maior potência. A estratégia foi desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com o Hemocentro de Ribeirão Preto, ambos em São Paulo. Os pesquisadores já afirmaram que, se a terapia tiver sucesso, o objetivo será incluí-la como tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS). 

Preconceito ainda bloqueia acesso de lésbicas ao ginecologista

Conservadorismo da população e falta de preparo dos médicos estão entre os motivos para a dificuldade desse grupo de cuidar de sua saúde ginecológica. Homens trans enfrentam o mesmo problema. No caso de mulheres lésbicas e bissexuais, o medo é o principal impeditivo de ir ao médico – e leva muitas delas a passar de 15 a 20 anos sem marcar uma consulta, segundo especialistas ouvidos pelo UOL.  “A diferença do atendimento tem que estar na estratégia de acolhimento”, disse a ginecologista Mariana Vizza, fundadora da Casa Irene, centro de cuidado ginecológico com autonomia e respeito, em São Paulo. “O que eu preciso saber é como é a vida sexual de cada um, independente de sua sexualidade. O médico precisa ser neutro, não importa o tipo de penetração”, completou.

Aumenta a abrangência da vacina contra HPV no SUS

A oferta do imunizante foi ampliada para a população masculina imunossuprimida. A partir de agora, homens de até 45 anos transplantados, pacientes oncológicos ou vivendo com HIV/Aids podem se vacinar. O ministério da Saúde seguirá o esquema tradicional de três doses, independentemente da idade. O HPV é uma denominação genérica de um grupo com mais de 100 vírus diferentes, que podem provocar a formação de verrugas nas regiões oral (lábios, boca, cordas vocais), anal, genital e da uretra. As lesões genitais podem ser precursoras de tumores malignos, especialmente em mulheres – diversos estudos apontam que dois tipos do vírus estão diretamente ligados ao câncer de colo de útero. A transmissão se dá principalmente por contato sexual.

Como Cuba está vencendo a mortalidade infantil 

Uma reportagem especial do Peoples Dispatch entrevistou trabalhadores da Atenção Primária do sistema de saúde de Cuba,  que está reduzindo drasticamete a mortalidade infantil e doenças com alta disseminação em países de baixa renda. A produção nacional de vacinas e a ampla imunização das crianças são citadas como elementos essenciais para o resultado positivo para a saúde pública. Agora, o país começa a se deparar com incidência maior de doenças que atingem especialmente os países ricos, como hipertensão e problemas cardiovasculares, assim como o câncer de próstata e de mama. Para conter o avanço dessas enfermidades, os gestores de saúde pretendem apostar também na prática de esportes e exercícios físicos estendidos a toda a população. 

OMS monitora mortes por vírus da família do Ebola, em Gana

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a detecção de dois casos de pessoas infectadas com o vírus Marburg, da família do Ebola. A doença,  considerada raríssima, provoca casos de febre hemorrágica altamente letais. No último ano, a Guiné relatou um caso da enfermidade, o primeiro da África Ocidental. Até o momento, a infecção tinha sido reportada de forma avançada apenas nos anos 2000, no Congo e em Angola. O vírus foi descoberto nas cidades de Marburg e Frankfurt, na Alemanha, em 1967. Na época, funcionários de laboratórios adoeceram, supostamente após terem entrado em contato com tecidos de macacos infectados trazidos da Uganda. 

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