PÍLULAS | Mais um passo à frente da indústria da saúde brasileira

• Banco de dados contra superbactérias • Fiocruz encontra terapia contra a covid • Manifesto contra mudanças nos planos de saúde • Atenção à tuberculose • Brasil e mudanças climáticas • Coronavírus em Hong Kong • Álcool e covid •

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Está nascendo em Botucatu, no interior de SP, o Centro Nacional de Biofármacos e Biomoléculas, conforme protocolo entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e a Universidade Estadual Paulista (Unesp). Vai contribuir para ampliar a produção de medicamentos no país, como os Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs), usados na produção de vacinas. O centro terá laboratórios de pesquisa, startups de biotecnologia, unidades de produção e de controle de qualidade. O reitor da Unesp, Pasqual Barretti, afirmou que “medidas como essa vão trazer a ciência para perto do SUS, e ele será ainda maior para o bem da sociedade e para o bem de todos”. 


Brasil cria banco de dados contra supermicróbios 

Pesquisar novos antibióticos é uma forma de combater a atual multiplicação das bactérias resistentes aos medicamentos usados contra elas. E para isso é importante reunir todas as informações disponíveis sobre elas – como estão fazendo pesquisadores da USP e colaboradores. A plataforma One Health Brazilian Resistance (OneBR) contém dados epidemiológicos, fenotípicos e informações genômicas de microrganismos classificados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como de “prioridade crítica”. Esse banco já registrou 500 patógenos e deve adicionar outros 200 a seguir. A plataforma também inclui bactérias que infectam animais. 


Estudo: terapia antiviral superpotente contra a covid 

Uma combinação de substâncias antivirais demonstra eficácia dez vezes maior em bloquear a proliferação do vírus Sars-CoV-2, constataram pesquisadores da Fiocruz e da Universidade Columbia, dos EUA. Cada antiviral estudado é capaz de neutralizar moléculas do tipo das enzimas, usadas pelo Sars-CoV-2 para multiplicar-se nas células. Combinando os antivirais, foi possível diminuir a replicação do vírus em dez vezes. As enzimas em foco foram a exonuclease a polimerase. Participaram equipes da Columbia Chemical Engineering, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde, do Instituto Oswaldo Cruz, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center e da Rockefeller University.


Operadoras de planos atentam contra a saúde suplementar

O projeto de lei 7.419/2006 pode provocar o maior retrocesso da história para esse mercado de saúde, dizem 61 organizações médicas, de pacientes e de defesa dos direitos dos consumidores. Elas alertam em um manifesto que o projeto tramitando na Câmara dos deputados, prevê, entre outras medidas, a extinção dos planos de referência, com a consequente redução de coberturas; o afrouxamento das regras para a notificação de consumidores inadimplentes; a legalização de práticas expulsivas e discriminatórias contra as pessoas idosas. O manifesto afirma que as operadoras pedem tramitação de urgência para o texto – o que pode excluir o debate público sobre ele. 


OMS pede investimento urgente no tratamento da tuberculose

O apelo foi feito aproveitando o Dia mundial da tuberculose, 21 de março. Faltam recursos, apoio, cuidados e informação, diz a OMS. A covid agravou a situação. As mortes por tuberculose voltaram a  crescer em 2020, após dez anos de queda. Desde 2000, foram salvas 66 milhões de vidas, estima a Organização. Mas o investimento é crucial: em 2020, o gasto foi menos da metade do estimado para a meta global, de 13 bilhões de dólares anuais em diagnóstico, tratamento e prevenção. 


Brasil dá pouca atenção às mudanças climáticas

Mais de 3,5 bilhões de pessoas vivem em contextos altamente vulneráveis à mudança climática, observa reportagem do jornal Nexo, citando dados do último relatório do IPCC, de fevereiro passado. Nexo apurou que, entre as áreas vulneráveis, estão as cidades brasileiras médias e grandes. Na avaliação do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, associado à UFRJ, elas sofrem com as ações extremas do clima porque comportam grandes ocupações de áreas de risco, e sem critérios técnicos. Há um  Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, de 2016. Mas ele não foi implementado nem na escala nacional, nem nos municípios. E isso pode ter piorado com a redução recente com a omissão ambiental do atual governo.


Ataque súbito da covid dá um susto em Hong Kong

Com casos e mortes agora em declínio, a cidade suspirou aliviada e até pensa em suspender algumas restrições. Mas desde janeiro, ela perdeu mais de 5.000 pessoas para a pandemia e registrou mais de um milhão de casos, com pico acima de 60.000 casos diários – embora tenha se mantido com zero-covid por dois anos, e isolada do mundo. O New York Times relatou essa história salientando que as principais vítimas foram os idosos com mais de 80, que estavam sem vacina até há pouco. Agora mesmo, apenas 39% estão vacinados, comparado a dois terços dos jovens de 12 a 19 anos. Em 21 de março os casos diários já haviam caído a 14 mil e o susto passou. 


O álcool multiplicou as mortes nos EUA durante a pandemia

Numerosos relatórios sugeriram que os norte-americanos beberam mais para lidar com o estresse da pandemia. O consumo excessivo de álcool aumentou, assim como as visitas a pronto-socorros por esse motivo. Mas um novo estudo, afirma o New York Times revela que os excessos foram explosivos: o número de mortes relacionadas ao álcool, incluindo doenças hepáticas e acidentes, subiu para 99.017 em 2020, contra 78.927 no ano anterior. Um aumento de 25% no número de mortes em um ano. Compare-se com os 3,6% de aumento anual entre 1999 e 2019. As mortes tinham aumentado apenas 5% entre 2018 e 2019. 

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