PÍLULAS | CPI da Prevent Senior indicia dirigentes e médicos

• Brasil pode doar vacinas • Cigarros eletrônicos • Agentes Populares da Saúde no Campo • Cirurgia de crianças intersexuais • Ayahuasca contra depressão •

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O relatório final da CPI da Prevent Senior foi entregue ao Ministério Público do Trabalho de São Paulo e pede o indiciamento de 20 pessoas, entre dirigentes e médicos, por crimes cometidos em hospitais da operadora de saúde durante a pandemia de covid-19. Os proprietários da empresa, Fernando e Eduardo Parrillo, praticaram omissão de socorro ao não oferecer atendimento adequado aos pacientes, além de distribuírem medicamentos ineficazes contra a doença – também recomendados, na época, pelo presidente Bolsonaro. A CPI determinou que os procedimentos colocaram em risco a vida dos pacientes e configuram crime contra a humanidade. A investigação iniciou em setembro de 2021, após denúncias de médicos que trabalhavam na Prevent Senior sobre irregularidades graves no atendimento aos enfermos, como a adulteração de prontuários para evitar gastos em unidades de internação intensiva. 


Brasil poderá doar vacinas contra a covid-19 para outros países 

A Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória (MP) que permite a doação de vacinas contra a covid-19 a outros países pelo governo federal, em caráter de “cooperação humanitária internacional”. O ministério da Saúde será o órgão que vai definir quantas vacinas e para quais países. Após um longo período sem imunização devido à recusa do governo Bolsonaro em iniciar a vacinação em massa, hoje o Brasil atingiu 77,3% de sua população totalmente vacinada pela rede do SUS, patamar considerado seguro para iniciar a enviar imunizantes para outros países. O texto seguirá para aprovação no Senado. 


Outra voz se levanta contra os cigarros eletrônicos

Na última segunda-feira (2/4), o Conselho Federal de Medicina deu seu parecer no qual reitera sua posição a favor da proibição da comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos no Brasil. Segundo informou o Globo, a nota do CMF solicita engajamento de médicos e imprensa, para orientar as pessoas sobre os malefícios. Ao Congresso, pede que mantenha a lei que trata a proibição do dispositivo, além de reforçar mecanismos de controle. No mês passado, a Anvisa se propôs a receber evidências técnicas sobre o uso dos vapers, o que chamou a atenção de diversas entidades que se colocaram contra a venda do produto no mercado brasileiro. Um estudo do Instituto Nacional do Câncer, de 2021, “apontou que o uso de cigarro eletrônico aumenta em mais de três vezes o risco de experimentação de cigarro convencional entre quem nunca fumou”, reforçou a Fiocruz em nota. Neste mesmo ano, reportagem do Joio e o Trigo desvenda a tática de lobbys da indústria do tabaco como drible para ampliar o mercado no país.


Documentário mostra o trabalho dos Agentes Populares de Saúde do Campo

No dia 30/04 foi lançado o documentário Vigilância Popular em Saúde, Experiência dos Agentes Populares de Saúde do Campo, que conta a história da formação que aconteceu no Assentamento Vida Nova, no sertão cearense, durante a pandemia de covid-19. Diante da falta de ação do governo federal para conter o avanço do coronavírus nas áreas rurais do Brasil, mestrandos da Fiocruz Brasília criaram, em 2020, o Curso de Formação Agentes Populares de Saúde do Campo, para qualificar pessoas com conhecimentos e práticas para contribuir com a vigilância anticovid. A experiência teve início a partir do projeto Mãos Solidárias, do Periferia Viva em Recife, e posteriormente foi abraçado por lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), que articulou e expandiu o projeto formativo nos territórios da reforma agrária popular. O documentário, disponível no YouTube, mostra como os Agentes Populares auxiliaram na contenção da doença e na pesquisa sanitária, ao reforçarem os cuidados necessários, coletando dados dos moradores da região.


A luta contra a cirurgia compulsória em crianças intersexuais no Brasil 

A comunidade intersexual no Brasil se posiciona contra a cirurgia feita por médicos para definir o sexo de bebês que nascem intersexuais. Ela defende o direito dos indivíduos com essa condição a decidir, quando alcançarem a vida adulta, se querem ou não operar. O posicionamento é o mesmo da ONU, que alerta para os riscos da intervenção médica precoce que, além de irreversível, pode ocasionar dores crônicas, infertilidade, incontinência urinária, perda da sensibilidade sexual e sofrimento mental. Cerca de 1,7% da população mundial é intersexual, segundo as Nações Unidas. A organização define pessoas intersexuais como indivíduos que nascem com características sexuais (incluindo genitais, gônadas e padrões cromossômicos) que não se encaixam nas noções binárias típicas de corpo masculino ou feminino. 


Ciência brasileira busca usar ayahuasca contra depressão

O físico Dráulio Barros de Araújo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), conduziu trabalho pioneiro sobre a ayahuasca. Ele foi o primeiro a testar uma substância psicodélica para depressão seguindo o padrão ouro da pesquisa biomédica, com artigo científico publicado em 2018. Esse e outros estudos, como da USP Ribeirão Preto, colocaram o Brasil no terceiro lugar mundial em trabalhos de impacto sobre psicodélicos. E chama a atenção de farmacêuticas pelo mundo. Segundo o blog Virada Psicodélica, da Folha, parceria entre a canadense Biomind Labs e o grupo de Dráulio, do Instituto do Cérebro da UFRN, deu largada em testes clínicos de vaporização do psicodélico dimetiltriptamina (DMT) – componente psicoativo da ayahuasca – para tratamento da depressão. O experimento usa um vaporizador já empregado para compostos da cannabis, para levar por vias aéreas a substância à circulação sanguínea.

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