PÍLULAS | Fiocruz produzirá remédio anticovid no Brasil

• Máscaras em escolas • Educação sofreu com a pandemia • SRAG em alta • Excesso de mortalidade indica 15 milhões de mortes por covid • Biodiversidade e a rodovia Brasil-Peru •

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Um dia após a Anvisa ter aprovado o uso emergencial do medicamento contra a covid molnupiravir, da farmacêutica Merck Sharp & Dohme, a Fiocruz revelou que começará a produzi-lo no Brasil. O remédio é um antiviral que deve ser tomado até cinco dias após o aparecimento de sintomas da doença, e é indicado a pacientes com a doença em gravidade moderada, pois ajuda a reduzir a necessidade de internação. A fundação assinou, na última terça-feira (3/5) uma parceria com a farmacêutica que inclui, de início, armazenagem, administração, rotulagem, embalagem, testagem, liberação, importação e fornecimento no Brasil. Nos próximos dois anos, a MSD e a Fiocruz discutirão a viabilidade e necessidade da produção 100% nacional, com transferência de tecnologia. O molnupiravir foi o primeiro medicamento recomendado pela Organização Mundial da Saúde para o tratamento da covid. 


Covid nas Escolas: não se deve abandonar as máscaras, diz pesquisa

Seria correto dispensar o uso de máscaras contra a covid nas escolas, como têm feito quase todos os estados brasileiros? Um estudo do Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da Fapesp acaba de concluir que não. O trabalho revela: o uso contínuo de máscaras de alta qualidade, como PFF2 e N95, pode impedir a contaminação nas redes de ensino, mesmo em cidades com baixo nível de vacinação; mas no caso da suspensão do uso de máscaras, variantes altamente transmissíveis como a Ômicron poderiam infectar até 80% da população. O trabalho concluiu também que o uso de máscaras de baixa eficácia, como as de pano, pode aumentar em cinco vezes as transmissões, em relação ao cenário das escolas fechadas com ensino à distância. 


Educação brasileira, muito afetada na pandemia, poderia sofrer ainda mais…

Os dados foram coletados através de simulações matemáticas baseadas em dados epidemiológicos de secretarias de Saúde e de Educação. Serviu de modelo a população de Maragogi, no litoral de Alagoas, com renda e demografia representativa de cerca de 40% dos municípios brasileiros. Dados indicam que em poucos países os estudantes (e suas famílias) foram tão afetados pela covid como no Brasil. Num cenário em que a pandemia arrefeceu, mas não cessou, e continuam surgindo novas variantes, a dispensa das máscaras amplia o risco de novas ondas — e novos fechamentos das escolas


… e há sinais de que influenza e covid podem ressurgir 

A pesquisa da Fapesp sai no mesmo momento que o novo boletim InfoGripe, que aponta para um possível início de crescimento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), em todo o país. Ao contrário dos meses de fevereiro e março, quando a SRAG apresentava crescimento restrito à população infantil, os dados do final de abril apontam para o aumento de casos em adultos. Os pesquisadores suspeitam que o aumento de enfermos por SRAG possa estar relacionado ao surto de Influenza A e também ao leve crescimento de testagens positivas para a Covid-19, ambas doenças causadas por vírus bloqueados pelas máscaras PFF2 e N95.


Covid pode ter matado 14,9 milhões

Um estudo da OMS revelou, nesta quinta-feira (5/5), que 14,9 milhões de pessoas morreram por covid-19 desde o início da pandemia, número muito superior ao de 6,24 milhões, contabilizado segundo os dados oficiais. O dado se refere ao “excesso de mortalidade” e corresponde ao número total de mortes associadas direta ou indiretamente à pandemia, calculado pela diferença entre o total de mortes que ocorreram e o número que seria esperado na ausência da pandemia, com base em dados de anos anteriores. No Brasil, onde a vacinação em massa tardou por conta do negacionismo do governo federal, esse excesso foi de 681.267 vítimas. 


Como a rodovia Brasil-Peru ameaça biodiversidade na Amazônia 

Um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, da Universidade Federal do Acre (UFAC) e da University of Richmond, aponta que a construção da rodovia Pucallpa-Cruzeiro, no Parque Nacional da Serra do Divisor, no sudoeste do Acre, é uma ameaça para a biodiversidade local e para a qualidade de vida da população indígena. A área é considerada a maior concentração de biodiversidade da Amazônia. Já existe uma estrada Rota Interoceânica Sul (IOS), que liga Rio Branco aos portos do Pacífico no Peru desde o final de 2000 e, segundo especialistas, a construção da nova via poderia desencadear a especulação imobiliária na região, criaria polos de caça ilegal de animais e aumentaria a vulnerabilidade social de 400 famílias que vivem no Parque.

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