PÍLULAS: Brasil: Covid aumenta – e ômicron se interioriza
• Ômicron se interioriza • Vacina contra malária • Desnutrição infantil • HPV e desinformação • Teletrabalho e saúde mental • LSD estimula criatividade •
Publicado 07/02/2022 às 07:30 - Atualizado 07/02/2022 às 13:54
Brasil: Covid ainda aumenta – e ômicron se interioriza
Enquanto metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo já registram queda nas internações por covid – após forte alta causada pela variante ômicron – outros estados ainda estão em alerta. Segundo levantamento divulgado pelo Observatório Covid-19 da Fiocruz, oito estados brasileiros e o distrito federal estão com alta ocupação das UTIs, e 13 das 25 capitais têm mais de 80% dos leitos preenchidos. E o número de casos continua em crescimento em quase todo o país. Não se pode dizer que ninguém avisou: desde o fim de novembro já se percebe a alta de infecções, mas nada foi feito para mitigar os esperados efeitos da onda. Ainda assim, não se pode comparar com o que aconteceu em 2020 e 2021, explicam os pesquisadores da Fiocruz. Graças à vacinação amplamente difundida pelo país, a taxa de mortalidade, hoje, é bem menor.
Vacina contra a malária, uma vitória para a África
A doença afeta principalmente os pequenos: na África Subsaariana, anualmente, a malária mata 260 mil crianças com menos de cinco anos. Desde 2019, um plano de vacinação inovador no Quênia, Gana e Maláui tem proporcionado alívio a milhares de famílias. Antes de serem vacinados, os filhos de Lucy Akinyi eram infectados com malária com tanta frequência que precisavam ir ao hospital até três vezes por mês. Desde então, nenhum deles mais adoeceu, conta matéria da Folha. O composto do imunizante, que demorou 30 anos para ser desenvolvido, no final de 2021 conseguiu aprovação da OMS. O médico Simon Kariuki, pesquisador do Instituto de Pesquisa Médica do Quênia e um dos principais especialistas em malária, comemora: “Mostramos que esta vacina é segura e que pode ser administrada às crianças africanas, que são aquelas que mais sofrem de malária”.
Desnutrição infantil: um problema para a vida toda
13,78% era a porcentagem de crianças brasileiras de até 5 anos atendidas nos serviços de Atenção Primária no SUS (Sistema Único de Saúde) com peso inadequado entre janeiro e setembro de 2021. O jornal Nexo fez um glossário que aponta os locais de maior incidência no Brasil, como identificar, efeitos a longo prazo e as principais políticas para o seu combate. Segundo o Ministério da Saúde, ela é causada por deficiência ou excesso de um ou mais nutrientes essenciais, por ingestão insuficiente ou por uma alimentação baseada em ultraprocessados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) a considera uma doença tanto de natureza médica quanto social – e ocorre por questões financeiras, mas também por desconhecimento sobre alimentação saudável. O desmame precoce, a higienização inadequada de alimentos ou a falta de saneamento também têm grande influência na desnutrição infantil. Ela está diretamente associada à maior ocorrência de doenças infecciosas, prejuízo no desenvolvimento psicomotor e menor capacidade escolar.
Desinformação é a principal causa do câncer de colo de útero
Responsável pela morte de mais de 6 mil brasileiras por ano, a condição pode ser erradicada por meio da vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV), segundo a Fundação do Câncer. O epidemiologista Alfredo Scaff explica que a desigualdade e a desinformação sobre a doença são suas principais causas, e que tornam o problema de caráter específico – já que há uma vacina para evitá-lo. Para entender melhor esses flagelos, uma pesquisa coletou informações de quase 55 mil mulheres, os resultados apontam para o desconhecimento da doença (40%) e práticas inadequadas de prevenção e cuidado (71%); cerca de 45% das mulheres que nunca realizaram o exame preventivo da doença dizem não achar o procedimento necessário. Segundo levantamento, exames preventivos do câncer de colo de útero deixaram de ser feitos por falta de orientação (14%) e vergonha (13%). A vacina contra a HPV é um tratamento seguro, e também deve ser aplicada em meninos.
Pesquisa: teletrabalho leva a piora da saúde mental
Conforme relatos de 15 mil pessoas, em diversos países, em 2021, 38% tiveram síndrome de burnout, um problema psicológico, e 32% perceberam piora significativa da sua saúde mental. O burnout pode levar a problemas físicos graves, como o acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto do miocárdio. A citada piora na saúde mental refere-se a estresse, insônia, alteração do hábito alimentar, ansiedade, entre outros quadros. A pesquisa foi realizada por uma empresa suíça de recursos humanos com pessoas trabalhando em casa. Para especialistas, já se imaginava que a mudança no regime de trabalho poderia trazer impacto. Deve haver adaptação gradual em relação a essa situação.
Assim o LSD nos faz mais criativos e rebeldes
Uma pesquisa da Unicamp com o LSD buscou compreender os efeitos na criatividade e no pensamento simbólico após o uso da substância psicodélica. Após o consumo, os voluntários foram submetidos a cinco testes, que envolviam encontrar padrões, imaginar usos alternativos para objetos e propor associações. As descobertas são encantadoras: a droga ativou o pensamento abstrato e simbólico, uma quebra de padrões e originalidade não encontradas nas respostas do grupo de controle. Por outro lado, “a maior flexibilidade de pensamento, que produz associações inesperadas, parece ter como correlato uma capacidade diminuída de avaliar o resultado e trabalhar para aperfeiçoá-lo”, conta reportagem no blog Virada Psicodélica, da Folha. Essas substâncias estão passando por uma revolução na ciência, após as descobertas do potencial dos psicodélicos para tratar transtornos como depressão resistente e estresse pós-traumático.