Pela primeira vez no ano, nenhum estado tem mais de 90% das UTIs ocupadas no SUS

Vacinação ajuda a explicar quedas, dizem pesquisadores da Fiocruz. Mas é preciso avançar mais: média de mortes ainda é superior a pico da primeira onda

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Pela primeira vez no ano, nenhum estado no país tem mais de 90% de suas UTIs para covid-19 ocupadas no SUS. Segundo edição extraordinária do boletim Observatório Covid-19 Fiocruz, faz três semanas que tanto os casos como os óbitos no país estão em declínio, caindo cerca de 2% ao dia.

Taxas de ocupação maiores que 80% só são vistas no Paraná (81%), Santa Catarina (82%), Goiás (81%) e Distrito Federal (80%). A imensa maioria do país está na zona de alerta intermediário, com entre 60% e 80% de ocupação. E, dos 16 estados nessa condição, a maioria está abaixo dos 70%. Sete estão fora da zona de alerta: Acre (24%), Amapá (47%), Rio Grande do Norte (55%), Paraíba (39%), Sergipe (50%), Espírito Santo (55%) e Rio de Janeiro (57%).

Claro que ainda é um alívio apenas parcial, porque, mesmo em queda, os números são altos. As mortes estão em cerca de 1,3 mil por dia, mais que a média vista no longo e trágico platô que vivemos em 2020, durante a primeira onda. A BBC nota ainda que esse número é maior que as médias diárias de óbitos atuais em continentes inteiros, como Europa e África. Os novos casos no Brasil estão em cerca de 46,7 mil por dia, o que também preocupa.

Mas quedas sustentadas são sempre uma boa notícia. Segundo os autores, elas podem ser reflexo de uma nova fase da pandemia no país, com a vacina já cobrindo mais amplamente os grupos que têm mais risco de complicações pela covid-19. Porém, ainda que algumas vacinas possam reduzir muito a transmissão, há limites para isso. Então, mesmo que os casos e mortes caiam, o vírus continua circulando bastante: “a transmissão permanece intensa, gerando casos mais graves entre grupos populacionais não vacinados ou potencializados pela vulnerabilidade individual e social, ao mesmo tempo em que se reduzem os óbitos e internações entre alguns estratos de população, como os idosos e portadores de doenças crônicas”.

Segundo o boletim, podemos estar diante de “um processo de arrefecimento mais duradouro da pandemia para os próximos meses”, desde que a vacinação seja intensificada e as outras medidas de contenção do vírus (como o uso de máscaras) sejam mantidas.

Quanto às vacinas, pelo menos, o país parece finalmente estar entrando no rumo certo: há cerca de mês, a média de doses aplicadas diariamente está acima de 1,2 milhão. Ainda dá para melhorar.

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