Michelle no circuito?

Primeira-dama aparece pela primeira vez em investigação sobre vacinas – é o terceiro nome do clã Bolsonaro citado nos escândalos

Foto: Carolina Antunes / PR
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O escândalo das vacinas superfaturadas agora arranha a primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Ontem, a Veja divulgou mensagens capturadas do celular do cabo Luiz Paulo Dominguetti. Numa conversa registrada em 3 de março, Dominguetti fala com Rafael Alves, representante da Davati Medical Supply, identificado como “Rafael Compra Deskartpak”. Ele comenta os avanços do reverendo Amilton Gomes para se aproximar dos Bolsonaro.

“Michele (sic) está no circuito agora. Junto ao reverendo. Misericórdia”, escreve. Rafael se mostra incrédulo diante do nome da primeira-dama. “Quem é? Michele Bolsonaro?” E Dominguetti retorna: “Esposa sim”. O interlocutor orienta o PM a ligar para Cristiano Carvalho, CEO da Davati no Brasil, que pilotava a operação. “O reverendo chegou na Presidência da República”, diz Dominguetti, em um áudio: “Roberto Dias é segundo plano”.

Michele é o terceiro membro do clã citado nos escândalos de compra de vacinas. Além do próprio presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) já apareceu na história por ter arrumado para o dono de outra empresa, a Precisa, uma reunião com o presidente do BNDES em outubro de 2020. 

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), descartou a convocação da primeira-dama. “Não, não vamos convocar. Tem muita gente que tira proveito para mostrar intimidade com poder “, disse ao Estadão. “Até porque, se não, a gente entra no joguinho do Bolsonaro (do tipo) ‘Estão mexendo com minha família, minha esposa é uma santa’. A gente se antecipa logo para não misturar as coisas e ser diferente dele”.

Mas, de qualquer forma, a CPI terá, em breve, chance de passar as mensagens a limpo com o próprio reverendo. Ou não: Amilton Gomes de Paula apresentou um atestado médico para tentar adiar o seu depoimento à comissão, agendado para amanhã. A solicitação está sendo analisada por uma junta médica do Senado.

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