Países europeus suspendem vacina de Oxford por investigação de eventos adversos
Interrupção se dá por precaução, mas não há nada de concreto ligando problemas ao uso do imunizante
Publicado 12/03/2021 às 07:07 - Atualizado 12/03/2021 às 07:08
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Pelo menos nove países europeus – Itália, Dinamarca, Noruega, Islândia, Áustria, Estônia, Lituânia, Letônia e Luxemburgo – suspenderam temporariamente a aplicação da vacina de Oxford/AstraZeneca contra a covid-19. O motivo é a suspeita de que o produto possa estar relacionado a eventos adversos graves.
A Dinamarca decidiu suspender o uso do imunizante por 14 dias depois que coágulos sanguíneos levaram uma pessoa à morte. Já nos demais países, só foi interrompido um lote específico depois que três pessoas morreram com trombose – uma na Áustria e duas na Itália.
A interrupção se dá por precaução, mas não há nada de concreto ligando os eventos ao uso desse imunizante. Segundo a EMA (a agência reguladora da União Europeia), até agora foram registrados 22 casos de trombose em mais de três milhões de vacinados nos países do Espaço Econômico Europeu. E essa incidência não é maior do que a normalmente observada na população em geral.
No Brasil, a Anvisa está acompanhado as investigações das autoridades internacionais, mas ressaltou que o lote usado na Áustria não veio para cá. Disse ainda que, “nas bases nacionais que reúnem os eventos ocorridos com vacinas não há registros de embolismo e trombose associados às vacinas para covid”. A França e o Canadá afirmaram que não pretendem suspender a aplicação do imunizante.
E no Japão é a Pfizer que anda preocupando. O ministro responsável pela campanha de imunização, Taro Kono, sinalizou que as taxas de anafilaxia (reação alérgica aguda) possivelmente ligadas à vacina estão mais altas do que as relatadas em outros países, como os Estados Unidos e os europeus. Foram 25 casos em cerca de 148 mil profissionais de saúde vacinados, enquanto nos EUA tem sido relatada uma reação do tipo a cada milhão de doses aplicadas. Se o problema se confirmar, é um baita azar para o país asiático, onde a rejeição às vacinas já era muito alta.