Orçamento de Bolsonaro para a saúde é política de morte

• “Política de morte” no orçamento de 2023 • SP: faltam medicamentos, equipamentos e médicos unidades de saúde • Estudo compara Mais Médicos e Médicos pelo Brasil • Novo remédio para prevenir HIV começa a ser usado no Zimbábue • Experimentos com vírus nos EUA • Peste bubônica e evolução humana •

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CNS denúncia Orçamento de 2023 como “política de morte”

Após uma análise e discussão do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias da União para 2023 enviado por Bolsonaro ao Congresso, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) repudiou os cortes drásticos presentes em vários setores da saúde, que somados representam uma perda de 22,7 bilhões de reais em comparação com o orçamento de 2022 – já excluindo os investimentos referentes à covid-19. Fernando Pigatto, presidente do órgão, analisou que o desmonte representa uma “intensificação do projeto de morte” em curso no país. “Isso não são apenas números, são vidas de milhões de brasileiros. Precisamos lutar junto ao Congresso Nacional para reverter esse crime cometido pelo Governo Federal”, concluiu.

Fiscalização encontra problemas em diversas unidades de saúde de SP

Após realizar uma fiscalização surpresa em 273 hospitais e unidades de saúde, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) encontrou diversas irregularidades. Foram identificados medicamentos vencidos em 13% das unidades, médicos ausentes de seus postos de trabalho em 12% delas e equipamentos de diagnóstico quebrados em 31% dos locais. Além disso, 61%  não tinham o laudo de vistoria do Corpo de Bombeiros atualizado. A maioria das unidades fiscalizadas – 232 delas – são de responsabilidade dos municípios.  A ação ocorreu um dia após a imprensa divulgar que o Hospital da Mulher, localizado na região central da capital paulista, está sem estrutura e medicamentos para atender pacientes.

Menos Médicos? São Paulo perdeu 2,2 mil profissionais nos postos de saúde

Um levantamento realizado pelo Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo (Cosems-SP) aponta que as Unidades Básicas de Saúde do Estado de São Paulo perderam mais de 2.200 médicos em 8 anos. A pesquisa utilizou dados de 645 municípios paulistas e comparou informações do primeiro semestre de 2014, durante a gestão petista, quando estava em vigor o programa Mais Médicos, com o mesmo período deste ano, com o programa bolsonarista Médicos pelo Brasil, já em funcionamento há 3 anos. Em 2014 havia 2.469 vagas ocupadas por profissionais do Mais Médicos no estado; no 1º semestre deste ano, eram 222 médicos contratados no Médicos pelo Brasil — uma queda de 91% na ocupação. 

Zimbábue aprova remédio injetável para prevenir HIV

O país africano é o primeiro a aprovar o uso do cabotegravir (CAB-LA), medicamento PrEP (profilaxia pré-exposição), isto é, utilizado para prevenir e impedir a contaminação pelo vírus. O novo medicamento é inovador por ser injetável – já que, até agora, os PrEP disponíveis são em forma de comprimidos que devem ser tomados diariamente, enquanto uma injeção de cabotegravir dura por dois meses. A OMS festejou a decisão, uma vez que o país é o líder mundial de infecções por HIV; contudo, a aprovação de seu uso não significa, necessariamente, seu abastecimento e distribuição no país. A farmacêutica desenvolvedora do fármaco, a ViiV Healthcare, assumiu o compromisso de emitir uma licença para que o CAB-LA seja disponibilizado aos países pobres, mas ativistas acusam o laboratório de não ter garantido a disponibilização de forma clara e com antecedência. 

Os experimentos com vírus nos laboratórios dos EUA

Virologistas de um laboratório de Maryland, nos Estados Unidos, querem modificar a cepa do vírus da varíola dos macacos que vem se espalhando globalmente – causando principalmente erupções cutâneas e febre –, equipando-a com genes de outra cepa do mesmo vírus responsável pela forma grave da doença. Após contaminar camundongos, o objetivo seria desvendar como genes específicos tornam a varíola dos macacos mais mortal, para depois buscar melhores medicamentos e vacinas. Contudo, outros cientistas estão alarmados com esses tipos de experimentos — que vêm se tornando comuns nos EUA. Nesse caso, se uma versão mais potente da cepa da varíola dos macacos escapar acidentalmente do laboratório de alta contenção, uma epidemia mais letal poderia ter início.

Como a peste bubônica ainda nos afeta, 700 anos depois

A peste bubônica foi a pandemia mais devastadora da história da humanidade. Matou de 75 a 200 milhões de pessoas na Europa e na Ásia e, segundo as estimativas tradicionais, dizimou cerca de 60% da população na Europa após atingir o continente nos anos 1300. Agora, um novo estudo publicado na revista Nature aponta que a peste pode ter moldado a evolução humana. Os cientistas analisaram o DNA retirado dos dentes de 206 esqueletos antigos e identificaram uma mutação no gene ERAP2 – quem as possuía, tinha 40% mais chances de sobreviver à peste. Os sobreviventes tiveram filhos, transmitindo as mutações úteis – que acabaram por se tornar mais comuns. Os resultados indicam que ainda hoje essas mutações resistentes à peste são mais comuns do que eram antes da Grande Peste.

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