Nísia defende ações do Ministério no Senado

• Nísia Trindade na Comissão de Assuntos Sociais do Senado • Mais mulheres buscam laqueadura e DIU em SP • O aumento preocupante do câncer de mama no mundo • Crônica de uma saúde privada injusta •

.

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado convocou a ministra da Saúde para prestar esclarecimentos a respeito dos atuais desafios de sua pasta. Ela é alvo da ganância de setores fisiológicos de um Congresso ávido pelas verbas de emendas parlamentares, as quais o Ministério tenta controlar em favor de orientação técnica. Na audiência da Comissão de Assuntos Sociais, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, discutiu questões relacionadas à cobertura vacinal, combate à dengue e distribuição de recursos do SUS. Nísia destacou a reversão da tendência de queda na cobertura vacinal desde 2016 e reforçou o compromisso com a vacinação como uma responsabilidade coletiva, apesar dos desafios enfrentados devido ao negacionismo. Também abordou a resposta do governo à epidemia de dengue, enfatizando as estratégias de prevenção e controle da doença. Em relação à distribuição de recursos, Nísia defendeu a atitude do Ministério, citando critérios como tamanho populacional e necessidades regionais para a alocação de fundos, enquanto defendeu a importância do Mais Médicos e outras iniciativas para fortalecer o SUS.

Laqueaduras têm alta de 75% em SP

A lei 14.443, sancionada em 2022, já faz efeitos na busca pelo controle das mulheres de sua própria vida reprodutiva. Em São Paulo, o número de laqueaduras realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) aumentou significativamente, registrando um crescimento de 75,4% em 2023, após mudanças na Lei dos Direitos Reprodutivos que flexibilizaram os critérios para acesso à esterilização. A nova legislação, ajustada em 2022 e 2024, permite que pessoas com pelo menos 21 anos ou que tenham dois filhos possam solicitar a esterilização. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, os procedimentos que impedem de forma definitiva a gravidez saltaram de cerca de 22 mil por ano para 39 mil. Mas algumas mulheres ouvidas pela reportagem da Folha relataram ainda ter dificuldades burocráticas para conseguir fazer o procedimento. Além disso, percebem a falta de registros adequados das solicitações de esterilização nos sistemas de saúde. A inserção de dispositivos intrauterinos (DIUs) também viu um incremento, sublinhando uma tendência crescente de mulheres buscando controle efetivo sobre sua fertilidade.

Câncer de mama torna-se o mais comum no mundo

Um estudo recente publicado na revista The Lancet aponta um aumento significativo nos casos de câncer de mama em todo o mundo, superando o câncer de pulmão como o mais comum. A Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma das autoridades que estão engajadas no esforço de reverter essa tendência. Sua meta é reduzir a mortalidade pela doença em 2,5% por ano até 2040 – o que pouparia a vida de 2,5 milhões de pessoas. Desigualdades no acesso à saúde de partes da população mais precarizada, desinformação, aumento do consumo de ultraprocessados e desfinanciamento crônico dos sistemas de saúde, em especial nos países mais pobres, são as causas centrais.

Unimed cancela plano de idosa de 102 em tratamento

A escalada de cancelamentos unilaterais de planos de saúde, inclusive no decorrer de tratamentos, continua a se destacar no setor privado. Nesta semana, causou alvoroço o cancelamento de plano de saúde da Unimed, administrado pela Qualicorp, de uma mulher de 102 anos. “Sempre pagamos pontualmente o convênio médico. De uns anos para cá, ele passou a nos aterrorizar, com reajustes abusivos. Depois, descredenciou os principais hospitais que utilizávamos. Agora, simplesmente decidiu descredenciá-la”, denunciou João Treco Filho, filho de Martha Zequetto Treco. Essa decisão unilateral da empresa veio em um momento crítico, pois Martha necessita de cuidados constantes devido a uma infecção bacteriana e uma suspeita de tumor de mama. A segurada pagava inacreditáveis R$ 9,6 mil por mês para a Unimed. Após a repercussão, a empresa manteve o plano, mas como mostra reportagem da Folha a judicialização entre clientes e planos de saúde segue galopante.

Leia Também: