Meningite em SP: dois novos óbitos e busca caótica por vacinas

• Brasil ainda não tem remédios contra covid, mesmo podendo produzir um deles • Meningite em SP • Crise de saúde mental nos EUA • Petroleiras não declaram corretamente suas emissões de gás •

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Meningite em SP: dois novos óbitos e busca caótica por vacinas

A meningite meningocócica desponta por várias regiões da cidade de São Paulo. Teve início na zona leste, mas entre terça e quarta-feira houve registros de duas mortes nas zonas sul e norte da capital: uma mulher de 20 anos e um homem de 22. A secretaria municipal de Saúde afirma que os surtos não têm relação entre si. Em 2022, já foram registrados 58 casos da doença na cidade, número mais baixo que o de 2019, quando o número chegou a 158 no mesmo período. Como maneira de conter a proliferação da meningite, a prefeitura faz campanhas localizadas de imunização de adultos – todas as crianças devem ser vacinadas já nos primeiros meses de vida. Desde o dia 17/9, 19.790 pessoas das regiões afetadas já receberam as vacinas. Mas o medo da doença está levando as pessoas a clínicas particulares para se imunizar por conta própria, por valores que variam entre R$ 370 e R$ 420.

Covid: continua atrasada distribuição de remédios no Brasil

Na semana passada, o ministério da Saúde recebeu o primeiro lote de Paxlovid, medicamento produzido pela Pfizer para tratar casos hospitalizados de covid. Ele já tem autorização para uso e incorporação no SUS. Mas ainda não foi distribuído. É o que critica a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), que lista outros quatro medicamentos contra covid que o Brasil ainda não disponibiliza a seus cidadãos. “Somente nesse último mês de setembro/2022”, escreve a entidade, “dados totalizados pelo Conass apontam que 7.321 brasileiros perderam a vida com o diagnóstico da doença”.

A estranha exclusão de um medicamento que o país já pode produzir

Muitas das pessoas que morreram  poderiam se beneficiar de medicações terapêuticas ou estratégias preventivas contra a infecção pelo Sars-CoV-2 aprovadas pela Anvisa, e discutidas neste documento”, prossegue a SBI.  O Molnupiravir, outro remédio para o mesmo fim da farmacêutica MSD, pode chegar também em breve – embora só seja disponibilizado à rede privada, pois não foi autorizado para entrar no SUS. Não seria o caso, também, de aprová-lo, já que a empresa tem acordo com a Fiocruz para a produção da pílula em território nacional?

A crise na saúde mental dos Estados Unidos

Em matéria especial, o jornal The New York Times expõe a situação dramática dos serviços para a saúde mental nos Estados Unidos, que se baseia no isolamento dos doentes – método criticado, em todo o mundo, pelo movimento antimanicomial. Milhares de norte-americanos com doenças mentais graves, como esquizofrenia e transtorno bipolar, não recebem terapias ou medicamentos, mas circulam por abrigos, cadeias ou pelas ruas. Por falta de serviços públicos decentes, muitas famílias recorrem ao extremo de denunciar criminalmente seus entes queridos, para que acessem o tratamento em penitenciárias. A reportagem, que traça um histórico da maneira como os EUA encaram as questões da saúde mental desde o século XIX, aponta que o problema está ligado ao caráter privado do sistema de saúde estadunidense, o que impede o acesso a seus serviços.  

Petroleiras escondem quantidades exorbitantes de gás liberado na atmosfera

As principais empresas petrolíferas do mundo não estão declarando uma fonte significativa de emissões de gases de efeito estufa, revelou uma investigação da BBC News. A BBC encontrou milhões de toneladas de emissões não declaradas da queima de gás em campos de petróleo operados pela BP, Eni, ExxonMobil, Chevron e Shell. O flaring é a queima do excesso de gás liberado durante a produção do petróleo e acaba por emitir uma mistura de dióxido de carbono, metano e fuligem preta responsáveis pela poluição do ar e aceleração do aquecimento global. Segundo a investigação, cerca de 20 milhões de toneladas de CO2 provenientes dessas queimas não foram declaradas em 2021.

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