Transtorno alimentar infantojuvenil aumenta nos EUA

• Cresce o transtorno alimentar em jovens no pós-pandemia • Quinto caso de paciente curado do HIV • Mpox e aids, perigo? • Mortes maternas • Covid longa prejudica órgãos • Programa oferece psicoterapia gratuita •

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A Universidade de Harvard fez um levantamento que estudou fichas médicas de 38 hospitais pediátricos estadunidenses e concluiu que houve um aumento de 87% de transtornos alimentares entre jovens de 12 a 17 anos no período pandêmico. O estudo comparou os dados com os 27 meses anteriores ao início da pandemia e constata que até hoje não se retornou ao nível de antes. “Os adolescentes ficaram mais restritos ao ambiente familiar, prejudicando a relação com os pares. Num primeiro momento isso melhorou a escolha de alimentos, mas o excesso de estímulos tecnológicos favoreceu um maior envolvimento com influenciadores digitais e o mundo virtual se tornou a grande referência”, explicou a pediatra Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo, presidente do Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria, em matéria da Agência Einstein publicada pela Galileu

Células tronco doadas curam paciente de HIV 

A revista Nature Medicine publicou a notícia de que um homem soropositivo de Dusseldorf (Alemanha) que recebeu doação de células tronco para curar uma leucemia obteve uma dupla vitória: após a substituição completa das células de seu sistema imune pelas do doador, seu sangue deixou de apresentar HIV. Como mostrou matéria da Folha, é o quinto caso registrado de receptor de células tronco que tratou um câncer e posteriormente viu o vírus da aids deixar de se reproduzir em seu corpo. No entanto, como explicam especialistas, trata-se de uma situação excepcional e, dada a baixa quantidade de doadores de células-tronco capazes de gerar a mutação total no corpo de um receptor, não há condições de se massificar tal forma de tratamento. 

Mpox agressiva em pacientes com aids

Uma equipe formada por pesquisadores de diversos países publicou na Lancet, em 21/2, estudo no qual se constata alta mortalidade da chamada varíola dos macacos em pacientes em estágio avançado de aids. “Nossa grande série de casos descreve uma forma grave e disseminada de infecção por mpox com 15% de mortalidade em indivíduos com doença avançada relacionada ao HIV caracterizada por contagens de células CD4 (células do sistema imunológico que são o principal alvo do HIV) abaixo de 200 células por milímetro cúbico de sangue”, explicaram. O resultado da pesquisa, como divulgado pelo Globo, serve de alerta para maior atenção no diagnóstico em países que não estão acompanhando a doença com a melhor ênfase possível, num momento em que o alerta sobre a doença pode ser relaxado por parte da OMS devido à redução de infecções.

287 mil mortes maternas por ano

Matéria da Rádio Pública Nacional dos EUA sobre a mortalidade materna apresenta um dado brutal: 800 mulheres morrem por dia de forma relacionada à maternidade, isto é, durante a gestação, concepção ou puerpério. O total anual, conforme publicado em relatório da ONU, atinge 287 mil mortes e as desigualdades são flagrantes: 70% desses óbitos ocorrem na África subsaariana. A explicação central é a falta de acesso à atenção básica, acompanhamento pré-natal e condições socioeconômicas das famílias. Trata-se, em esmagadora maioria, de mortes evitáveis. O doutor Anshu Banerjee, diretor da OMS, fala que é hora de o mundo acordar para o assunto e alerta que, diante do contexto de retrocesso econômico que muitos países experimentaram com o advento da covid-19, tais números podem piorar.

Covid longa prejudica ao menos um órgão

Reportagem do jornal O Globo conta que pesquisa divulgada no Journal of the Royal Society of Medicine, realizada com 536 pacientes que mantêm sintomas de covid por um longo tempo, mostrou que a maioria deles apresenta disfunções persistentes em ao menos um órgão do corpo. Um terço dos indivíduos observados é profissional de saúde e a pesquisa se dividiu em dois períodos de seis meses, o que permitiu aferir que na segunda metade do tempo de observação uma parte dos convalescentes apresentou melhoras. “Vários estudos confirmam a persistência de sintomas em indivíduos com covid longa por até um ano. Agora acrescentamos que três em cada cinco pessoas com covid longa têm comprometimento em pelo menos um órgão e um em quatro têm comprometimento em dois ou mais, em alguns casos sem sintomas”, disse Amitava Banerjee, professor de Ciência de Dados Clínicos Institute of Health Informatics, da Universidade de Oxford, responsável pelo estudo. 

Pesquisadores oferecem terapia online a crianças e adolescentes

Um grupo de pesquisadores do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP lançou o Projeto Jovens da Pandemia, que visa oferecer atendimento gratuito a crianças e adolescentes que passam por situações de estresse, ansiedade e desgaste emocional. Desenvolvida em razão da observação do aumento dos problemas de saúde mental neste público a partir da pandemia, o projeto visa ensinar habilidades para lidar melhor com ansiedade, irritabilidade e tristeza. Ela é baseada na Terapia Cognitivo-Comportamental, de acordo com explicação do site do projeto, onde também se pode fazer a inscrição para as consultas. Como informado em matéria da Folha, o projeto faz parte de pesquisa financiada pela Fapesp e é coordenado por Guilherme Polanczyk. O projeto afirma que as sessões não incluirão prescrição de medicamentos.

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