Infecções pela variante Delta crescem, mas números precisam de contextualização

Subida é real e exige atenção, mas números refletem método de análise. Pré-triagem prioriza o sequenciamento da Delta, o que ajuda a entender subida vertiginosa da variante entre as amostras analisadas

Getty Images
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Por Leila Salim

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Enquanto as notícias repercutem o aumento de infecções pela variante Delta no país, uma observação é necessária: a situação é, sim, preocupante, e merece total atenção. Mas os dados sobre o rápido crescimento dos contágios pela nova cepa precisam ser contextualizados, para não conduzirem a conclusões equivocadas. O alerta é de Maurício Nogueira, virologista e professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. À Folha, ele reafirma que não há dúvidas sobre o avanço da Delta no país, mas que os dados da respeitada plataforma internacional Gisaid, se tomados fora de contexto, podem gerar distorções.

O crescimento da variante é uma realidade, mas ainda não está fora de controle, segundo o pesquisador. Ele explica que, a partir de uma triagem prévia, está sendo priorizada a investigação para sequenciamento das variantes que não sejam a Gama, adominante no país. No fim das contas, isso quer dizer que há uma preferência por sequenciar a Delta, o que ajuda a entender o grande aumento desta variante entre as amostras analisadas. O assunto, segundo Nogueira, foi discutido em reunião de virologistas ontem. 

Feita a indispensável ressalva, aos dados: nas últimas quatro semanas, a proporção da Delta encontrada nas amostras no novo coronavírus enviadas pelo Brasil à plataforma Gisaid subiu de 12,8% para 38,5%. A Gamma representa 60% das amostras. 

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