Frente Pela Vida se pronuncia sobre guerra na Faixa de Gaza

• Palestina: Frente pela Vida defende solução de dois estados; Saúde em Gaza devastada; ONU pede por corredores humanitários • Seca em Manaus: Ministério começa a enviar auxílio • Greve nos EUA garante salário de profissionais de saúde •

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A incursão israelense pelo que sobrou de terras palestinas se aproxima de 3 mil mortes e o precário sistema de saúde à disposição dos árabes está à beira do colapso. Água e energia estão próximas do fim, o que pode gerar consequências incalculáveis. Organizações humanitárias começam a convergir pelo cessar-fogo imediato. No Brasil, essa é a posição da Frente pela Vida, que apesar de condenar a ofensiva lançada pelo Hamas em 7 de outubro, contextualiza o conflito dentro de uma amplitude histórica e cobra o cumprimento daquilo que já foi acordado há décadas. “Emergencialmente entendemos como absolutamente necessário o cessar fogo entre as forças em luta, evitando a escalada do conflito; suspender o bloqueio à Faixa de Gaza para que a população tenha acesso ao mínimo essencial, alimentos, energia e combustível; criar um corredor humanitário aos que quiserem se deslocar; cuidar da integridade dos profissionais de saúde, hospitais e outras unidades sanitárias; acionar a governança internacional sob responsabilidade do Conselho de Segurança da ONU, para elevar a capacidade de atenção à saúde, já em colapso em Gaza”, lista a Frente. E completa: “Ao longo dos anos vêm se acumulando vítimas de ambos os lados, o que requer soluções definitivas para o conflito que se arrasta por mais de 75 anos entre Israel e Palestina. Neste sentido, consideramos fundamental a adoção da Resolução da ONU No. 181 de 1947, ratificada pelos acordos de Oslo (Noruega) em 1993, que têm como objetivo central a fundação de dois estados”.

Autoridade da Saúde de Gaza expõe situação

Como mostra matéria da Reuters, são ao menos 10 mil feridos pelos ataques de Israel. Ashraf al Qidra, autoridade de saúde do governo da região, liderado pelo Hamas, fez alertas sobre a emergência da situação. “Se o hospital parar de funcionar, o mundo inteiro será responsável pela vida de centenas e milhares de pacientes que dependem dos nossos serviços, especialmente de Shifa”, disse ele, que se referiu ao hospital Shifa, o maior dos 22 estabelecimentos de saúde de Gaza e responsável por servir diretamente 800 mil habitantes, cerca de 35% do total.

OMS exorta Israel a liberar corredores humanitários

Israel não permite a entrada e saída pacífica de pessoas e suprimentos entre Gaza e o Egito. Ataques e explosões, algumas delas filmadas, são uma constante na ação de um país que escancara para o mundo seu plano de limpeza étnica da Palestina. Mas enquanto o mundo é tímido em impor o fim do conflito, a ONU apela para que pelo menos o básico do direito de guerra seja cumprido “A OMS apela a Israel para reverter imediatamente as ordens de evacuação para hospitais no norte de Gaza e apela à proteção das instalações de saúde, dos profissionais de saúde, dos pacientes e dos civis. A OMS também reitera os seus apelos à entrega imediata e segura de suprimentos médicos, combustível, água potável, alimentos e outra ajuda humanitária a Gaza através da passagem de Rafah, onde a assistência vital – incluindo os suprimentos de saúde da OMS que chegaram hoje mais cedo – é atualmente aguardando entrada”, disse o órgão em comunicado oficial que chega a condenar Israel.

Saúde destina R$ 225 milhões para Amazonas

As queimadas e a seca começam a se tornar uma grave crise sanitária no estado Amazonas. Com a pior qualidade do ar já registrada na capital Manaus, problemas respiratórios graves e internações hospitalares começam a se avolumar. Assim, nesta segunda a ministra Nísia Trindade assinou portaria que destina R$ 225 ao estado. “Neste momento, há aqui uma equipe da nossa Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente olhando exatamente os efeitos da questão ambiental em relação a doenças e outros impactos para a saúde por problemas de desassistência que podem ocorrer com esses fenômenos”, explicou. Na semana passada, o ministério já havia enviado “kits calamidade” para 10,5 mil pessoas e 71,5 mil medicamentos para intubação orotraqueal e os governos de diversas esferas tentam articular ações para combater mais esta dramática expressão do colapso climático e do incentivo ao desmatamento, que cresceu descontroladamente no governo Bolsonaro.

Profissionais de saúde obtém aumento após 3 dias de greve nos EUA

Como não poderia deixar de ser, trabalhadores da saúde também fazem parte da nova onda de greves dos EUA que explodiu neste ano. Mais de 75 mil trabalhadores vinculados à Kaiser Permanente, uma das grandes seguradoras de saúde do país, pararam na semana passada em nome de melhores salários e condições de trabalho. E, na esteira do aumento conquistado por trabalhadores de fast food, obtiveram a definição da hora/trabalho em US$ 25. “Milhões de americanos estão mais seguros hoje porque dezenas de milhares de profissionais de saúde dedicados lutaram e conquistaram os recursos de que precisam. Este acordo histórico estabelecerá um padrão mais elevado para a indústria de saúde em todo o país”, falou Caroline Lucas, diretora da Coalizão de Sindicatos que representa cerca de metade dos funcionários da Kaiser.

Enfermeiras não aguentam atuais condições de trabalho

Na esteira da greve dos profissionais da Kaiser, uma das tantas paralisações no setor nos últimos anos, abriu-se uma polêmica sobre a suposta escassez de enfermeiros no país. A revista Stat News analisou os pontos de vista de patrões e empregados do setor e os confrontou com números oficiais. A American Hospital Association diz que há déficit de cerca de 1,1 milhão de enfermeiras, sendo metade deste número produzido desde o final de 2022 – o que revela uma debandada impressionante, que levou o governo Biden a investir US$ 100 milhões para ampliar a força de trabalho. Do lado da enfermagem, o argumento é simples: não há escassez de profissionais. O problema é que as condições de trabalho e salário são cada vez menos satisfatórias. Muitos preferem simplesmente mudar de emprego. Em linhas gerais, a categoria acusa os empregadores de contratarem menos profissionais do que suas condições econômicas permitem com o fim de maximizar lucros.

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