Discussões mundiais

Para cobrir 10% da população de todos os países até setembro, OMS pede doações de vacinas. Brasil diz que está “pronto” para oferecer doses

Foto: Martin Sanchez / Unsplash
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Enquanto a CPI se desenrola no Brasil, acontece a 74ª Assembleia Mundial da Saúde, que provavelmente é uma das mais importantes até agora.

Uma das discussões muito aguardadas é sobre a criação de um Tratado internacional para preparação e resposta a pandemias,que tem sido posto na mesa há alguns meses. Desde novembro, a União Europeia defende um instrumento como a  Convenção-Quadro da OMS para Controle do Tabaco, mas enfrenta resistência dos Estados Unidos, Rússia e Brasil. O único consenso que se conseguiu foi pelo adiamento da conversa: a ideia é que ela seja feita em uma edição especial da Assembleia, apenas em novembro.

Por ora, o desafio imediato continua sendo o de aumentar a produção de vacinas e distribuir melhor as que existem. O Acelerador ACT (Acelerador de Acesso às Ferramentas Covid-19), uma colaboração global para acelerar o desenvolvimento e distribuição de testes, remédios e vacinas (da qual a Covax Facility faz parte) está com uma lacuna de financiamento de nada menos que US$ 18,5 bilhões. Dos 123 países atendidos até agora pela Covax, 32 só conseguiram começar suas campanhas de imunização por causa das doações da iniciativa. 

“Sem financiamento, não podemos gerenciar a resposta, lançar as vacinas, garantir que estamos testando, manter os profissionais de saúde seguros com EPI [equipamento de proteção individual] e tratar as pessoas com doença grave com oxigênio e esteróides”, disse Bruce Aylward, epidemiologista da OMS. Mas completou: “E, só com financiamento, não temos acesso às doses porque a grande maioria está contratada até o final deste ano”. Mais uma vez, a OMS pede que os Estados Membros doem vacinas. O objetivo seria conseguir imunizar pelo menos 10% da população de todos os países até setembro.

A propósito: o Brasil foi representado ontem por integrantes do Itamaraty. Segundo eles, o país está “pronto” para oferecer vacinas a nações mais pobres. Deve ser piada…

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