Coronavírus: barreiras de acrílico podem piorar transmissão

Uso se justifica em situações específicas, para deter gotículas grandes. Mas, no geral, placas podem atrapalhar ventilação e criar bolsões de aerossóis

Imagem: Numeroteca
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Aquelas barreiras de acrílico que parecem evitar o espalhamento do coronavírus não cumprem bem esse papel. Na verdade, podem até piorar as condições do espaço, dizem cientistas que estudam aerossóis e fluxo de ar ao New York Times.

“Em condições normais em lojas, salas de aula e escritórios, as partículas do ar exalado se dispersam, transportadas pelas correntes de ar e, dependendo do sistema de ventilação, são substituídas por ar fresco aproximadamente a cada 15 a 30 minutos. Mas erguer barreiras de plástico pode alterar o fluxo de ar em uma sala, interromper a ventilação normal e criar ‘zonas mortas’, onde as partículas de aerossol virais podem se acumular e se tornar altamente concentradas”, explica a reportagem. 

Há poucas exceções em que as barreiras podem servir para algo, como para impedir gotículas grandes de tosses e espirros de chegarem a outras pessoas, o que pode justificar protetores em cima de buffets. Mas já se sabe que o coronavírus é largamente transmitido via partículas muito menores, que viajam pelo ar. Então, no geral, as mini-paredes ajudam pouco e podem atrapalhar muito. Pois é. Estúdios de TVescolas e até o mais recente plano de convivência da Fiocruz (que orienta para a adoção de divisórias entre as pessoas quando o distanciamento não for possível) estão conduzindo o problema do jeito errado.

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