A vacina de Oxford e os idosos

Instituto alemão desaconselha imunizante para maiores de 65 anos, mas não é por falta de segurança nem por baixa eficácia. Entenda

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O Instituto Robert Koch (RKI), principal agência de saúde pública da Alemanha, declarou ontem que não recomenda o uso da vacina de Oxford/AstraZeneca em maiores de 65 anos. A notícia chamou a atenção dos brasileiros, já que por aqui esse é um dos grupos prioritários para receber o mesmo imunizante. 

No início desta semana, o jornal alemão Handelsblatt gerou imenso ruído ao publicar matéria apontando que essa vacina só tinha eficácia de 8% em idosos, mas era apenas uma interpretação muito errada dos números, que logo foi desmentida. A posição do RKI não tem a ver com isso, nem com nenhuma preocupação em relação à segurança, e sim com o fato de que não há dados suficientes nos ensaios para saber qual é a taxa para essa idade.

Não há novidade nisso. No caso do Brasil, a Anvisa fez essa ressalva quando autorizou o uso emergencial tanto dessa vacina como da CoronaVac: nos testes com ambas, não houve um número suficiente de idosos para saber o quanto elas protegem os mais velhos, mas a agência avaliou acertadamente que, como o vírus está correndo solto, haveria benefício nessa aposta. Afinal, dados insuficientes não significam necessariamente uma eficácia baixa. Além disso, na fase 2 foi verificado que a produção de anticorpos por idosos foi alta, como lembrou a Fiocruz ontem. Acontece que a Alemanha comprou as vacinas da Pfizer e da Moderna, que já se mostraram muito eficazes em idosos, e pode escolher vacinar essa população com elas. Nós, não.

A União Europeia ainda não deu autorização emergencial para a vacina da AstraZeneca, o que está previsto para acontecer hoje. A agência reguladora do bloco vai emitir suas próprias recomendações. 

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