A fome atinge mais 122 milhões

• A fome cresce no mundo • R$ 600 milhões para hemodiálise • Estados sofrem com condições climáticas • Por que agrotóxicos não devem ser considerados insumos essenciais • Autotransplante para câncer de pulmão • Robô para prever autismo •

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Relatório da ONU a respeito da fome traz dados impactantes sobre as dificuldades da humanidade em acessar a segurança alimentar. De acordo com o informe, 2,4 bilhões de pessoas vivem em estado de insegurança alimentar moderada, o que significa que em alguns momentos ao longo de um ano acabam por abrir mão de quantidade e qualidade alimentar. Por sua vez, 3,1 bilhões de pessoas não têm condições de acessar uma dieta plenamente saudável. Por fim, 735 milhões passam fome – aumento de 122 milhões frente a 2020. Segundo o diretor da FAO – agência voltada a alimentos da ONU – Qu Donguy, a pandemia e a guerra da Ucrânia foram fatores agravantes, mas há toda uma questão estrutural.

“Podemos erradicar a fome se fizermos dela uma prioridade global. Investimentos em pequenos agricultores e em sua adaptação às mudanças climáticas, acesso a insumos e tecnologias e a financiamento para pequenas propriedades agrícolas podem fazer a diferença. Os pequenos produtores são parte da solução. Com o suporte adequado, eles podem produzir mais alimentos, diversificar a produção e abastecer os mercados urbanos e rurais – alimentando áreas rurais e cidades com alimentos nutritivos e cultivados localmente”, explicou. Em sua visão, estamos diante de um “novo normal” condicionado pelas alterações climáticas, que geram novos tipos de conflitos sociais e intempéries que afetam as produções agrícolas. Dessa forma, a ONU concluiu que os objetivos de erradicar esta mazela até 2030 não serão atingidos.

Governo repassa R$ 600 milhões para hemodiálise

O ministério da Saúde anunciou repasses de R$ 600 milhões de reais para estabelecimentos de saúde que oferecem serviços de hemodiálise, valor obtido após a aprovação da PEC 32/2022, a chamada PEC da Transição. “Do investimento total, R$400 milhões são destinados para o reajuste desses serviços na tabela SUS e R$200 milhões como incentivo adicional para manutenção de equipamentos dos serviços que tenham até 29 máquinas”, explica o site do ministério. A informação é de que o reajuste será aplicado em duas etapas: 5% no mês de julho e 5,3% em setembro. “O novo valor da tabela também vale para hemodiálise pediátrica e para pacientes soropositivos em Hepatite B, Hepatite C e HIV. Neste último caso, o reajuste chegou a 23%.” O esforço na área da atenção especializada se soma ao recém-anunciado aporte de R$ 600 para redução das filas de cirurgia, que segundo a pasta podem ser zeradas em cinco estados ainda neste ano e retroceder em 45% no total nacional.

Após chuvas, ministério envia kits de saúde para Alagoas

As fortes chuvas voltaram a causar estragos no Brasil. Desta vez, Alagoas e Pernambuco foram os estados afetados. No primeiro, 32 cidades seguem em estado de atenção mesmo após a água baixar e o número de desabrigados cair de 25 mil para 7 mil. Para responder a isso, o ministério da Saúde anunciou o envio de 1,5 mil kits, caixas de 250 quilos compostas por insumos variados, como medicamentos e equipamentos básicos para higiene. O ministério também declarou monitorar a situação do Rio Grande do Sul, atingido por um ciclone extratropical que deve passar pelo estado nos próximos dias.

Abrasco critica isenções tributárias para agrotóxicos

Após uma complicada articulação, que agradou ou contrariou governadores e prefeitos estaduais, além de lidar com diferentes posicionamentos de setores econômicos, o governo federal conseguiu aprovar a Reforma Tributária. Como não poderia deixar de ser, as grandes bancadas do congresso conseguiram fazer valer seus interesses, a exemplo do agronegócio, que conseguiu incluir os agrotóxicos no regime diferenciado de tributação. “É cientificamente insustentável afirmar que os agrotóxicos devem ser tratados como insumos agropecuários como enxadas e tratores, ou ainda como medicamentos para combater pragas inevitáveis num país de clima tropical. Segundo o censo agropecuário, cerca de 3,2 milhões ou 64% dos estabelecimentos rurais indicam não usar agrotóxicos, e a grande maioria é formada por pequenos e médios agricultores, muitos familiares, que possuem plenas condições para produzir alimentos saudáveis de forma sustentável”, criticou a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em nota publicada em seu site.

Autotransplante: três brasileiros já curaram câncer de pulmão

Reportagem da BBC Brasil descreve uma nova forma de cirurgia de pacientes com câncer de pulmão. Chamado de autotransplante, o procedimento consiste na retirada do pulmão, que é colocado numa mesa de cirurgia separada do corpo anestesiado do paciente. Com mais espaço para tratar o órgão, os cirurgiões fazem a intervenção no pulmão e limpam seu tumor. Três brasileiros já foram curados através deste método desde 2020, e nenhum deles apresentou retorno do câncer. No entanto, nem todo organismo está apto a passar por tal tipo de procedimento, que só é decidido após análise prévia das condições do paciente. Na visão do médico e oncologista Marcos Samano, professor da Faculdade de Medicina da USP e que já comandou esse tipo de operação, trata-se de mais uma demonstração de que os tratamentos de câncer evoluem cada vez mais para uma abordagem personalizada do paciente.

Laboratório cria chatbot para prever autismo em bebês

O laboratório Genetika criou uma ferramenta que visa oferecer atendimento online para futuros mães e pais. Trata-se da Dika, ferramenta de inteligência artificial que ao receber um conjunto de informações consegue informar as possibilidades de uma criança nascer com autismo. Historicamente, a taxa para tal condição atinge cerca de 1% das crianças, mas nos últimos anos o diagnóstico aumentou. “A partir das informações que vai receber na conversa com o chatbot, a pessoa poderá avaliar se deve ou não passar por um aconselhamento genético”, contou o geneticista Salmo Raskin, idealizador do projeto e diretor do laboratório Genetika, ao jornal O Globo.

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