60 mil grávidas desnutridas em Gaza

• Gestantes com fome em Gaza • Dengue: virologista vê futuro com otimismo • Fake news sobre o mosquito se espalham • “Austeridade” contribuiu para espalhamento da doença • IBGE: números sobre desigualdade de gênero • ISTs em alta na Europa •

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Em meio à barbárie genocida perpetrada por Israel, aparecem novos dados da situação de calamidade por que passam os palestinos. Amontoados em Rafah, os quase 2 milhões de árabes vivem diariamente o plano de extermínio, sem comida e condições básicas de higiene. Agora, vem à luz a informação de que 60 mil mulheres grávidas se encontram nesta massa de famélicos que são assassinados até quando esperam receber sacos de farinha. Desse número, pelo menos 5 mil estão muito próximas de ter seus bebês sob nenhuma condição aceitável de saúde. Enquanto isso, os protestos seguem mundo afora. Na cerimônia de entrega do Oscar na noite deste domingo, Jonathan Glazer, diretor de Zona de Interesse, vencedor da categoria de melhor filme estrangeiro, afirmou que “refutamos nosso judaísmo e o holocausto sendo sequestrados por uma ocupação que leva conflito a tantos inocentes. Nosso filme mostra onde a desumanização leva em seu pior”.

Dengue deve ser controlada. Mas só em alguns anos

Artigo do virologista Marcelo Nogueira oferece cenários futuros menos catastróficos em relação à dengue e suas frequentes epidemias. No texto, o pesquisador da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto faz um apanhado histórico da inserção do mosquito no território brasileiro e como, diante das novas condições climáticas, avançou para novas partes do mundo. Apesar disso, Nogueira destaca que a tecnologia tem oferecido diversas soluções de combate e controle do mosquito, que deverão conter novas epidemias. Desde a criação de novas vacinas até os mosquitos transgênicos, criados em laboratórios e infectados com vírus que matam novos criadouros, a ciência tem desenvolvido ferramentas importantes contra o Aedes aegypti. Novos medicamentos em desenvolvimento completam o tripé de soluções em avanço.

Negacionismo e má-fé também no caso da dengue

Disposta a tudo para sabotar a inteligência da sociedade, a extrema-direita também espalha desinformação sobre a dengue. Correm pela internet informações sem fonte alguma de checagem que afirmar que os mosquitos geneticamente modificados – e programados para eliminar o Aedes – seriam na verdade responsáveis pelo aumento de infecções. No entanto, como reafirma matéria do Brasil de Fato, fenômenos climáticos como o El Niño são explicações muito mais factíveis para a explosão da dengue. Além disso, os mosquitos de laboratório têm mostrado resultados positivos no controle do mosquito em experiências locais, realizadas em territórios reduzidos como na cidade de Niterói.

A contribuição da agenda do Estado mínimo para a epidemias

Na quinta, o Brasil de Fato publicou entrevista com a médica Eleusis Ronconi Nazareno, que elencou alguns fatores para a disseminação da doença no atual contexto. Para além das questões já mencionadas, ela chama a atenção para a diminuição de investimentos públicos em ações de vigilância sanitária, marcas do Brasil dos anos Temer e Bolsonaro, quando o SUS foi claramente desfinanciado e parte de sua força de trabalho atuante nos territórios, onde se monitora e combate o mosquito e seus focos, foi dispensada. “O relaxamento das ações de combate em anos seguidos também repercute nos anos subsequentes, pois as ações devem ser permanentes e de forma sistemática, especialmente em áreas urbanas contíguas, já que o mosquito se propaga sem respeitar ‘fronteiras’ ou limites, sejam intermunicipais, sejam interestaduais”, explicou.

Desigualdades de gênero na saúde

Nos últimos dias, o IBGE tem publicado materiais que condensam as principais informações levantadas no Censo 2022, que mede não só a população do país como diversos indicadores sociais e econômicos. Apesar de demonstrar como a vacinação em massa contra a covid e a retomada da normalidade social registrada em 2022 garantiram uma importante diminuição das mortes maternas, o país ainda coleciona dados que desnudam sua estrondosa desigualdade. Mulheres, em especial pretas e pardas, trabalham muito e ganham pouco. Parte delas tem suas possibilidades de inserção no mercado de trabalho sabotadas em razão da ausência de todo um manancial de políticas públicas que deem conta de suas necessidades de integração social. Dessa forma, acessar menos cuidados de saúde e padecer de mais doenças e mortes evitáveis é consequência natural. “Em 2020, com a pandemia de covid-19, a razão de mortalidade materna cresceu 29% na comparação com o ano anterior, atingindo a marca de 74,7 óbitos por 100 mil nascidos vivos. No ano seguinte, essa proporção foi de 117,4/100 mil. Em 2022, a razão de mortalidade materna caiu, sendo estimada em 57,7 a cada 100 mil nascidos vivos”, informa o instituto.

Infecções sexualmente transmissíveis em alta na Europa

O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças informa que algumas infecções transmitidas através de relações sexuais voltam a preocupar. Gonorreia, clamídia e sífilis, inclusive congênita, registram alta de até 50% de casos. Jovens heterossexuais são o grupo de destaque em meio à alta dos números. Cientistas atribuem tal fenômeno a comportamentos pós-pandêmicos, após período de isolamento social que registrou queda expressiva nos casos. No entanto, debates mais aprofundados também alegam haver uma cultura de desproteção sexual entre as novas gerações, que não vivenciaram os dramas de epidemias como a de HIV/aids nos anos 1980 e 90 – e dessa forma acabaram por relaxar suas práticas preventivas.

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