6 mil vagas no Mais Médicos anunciadas pelo MS

• Apenas 72% se vacinaram contra a pólio em 2022 • Começa Assembleia Mundial da Saúde • Tratamentos de câncer de mama prejudicados • Alta de suicídio entre jovens indígenas • Linfócitos T e obesidade •

Créditos: Ministério da Saúde.
.

Na última quinta-feira (18/5), uma portaria conjunta dos ministérios da Saúde e da Educação havia instituído o Projeto Mais Médicos para o Brasil (PMMB), a nova versão do Mais Médicos. Descaracterizado e inviabilizado durante o governo Bolsonaro, como contou seu ex-coordenador ao Outra Saúde, o programa teve seu retorno anunciado no final de março. O documento traça a previsão de que 28 mil profissionais devem aderir ao Mais Médicos até o final de 2023, informa o Brasil de Fato. Nesta segunda (22/5), foi lançado o edital do programa, com 5.970 vagas distribuídas em 1.994 municípios, noticiou o G1. Entre as novidades, o aumento do tempo de contrato para 4 anos, a concessão de licenças maternidade e paternidade e a oferta de especialização em Medicina da Família e Comunidade e de mestrado em Saúde da Família.

Baixos índices de vacinação contra pólio se repetem

O percentual de vacinação contra a poliomielite entre crianças com menos de 5 anos de idade foi de apenas 72% em 2022, informa a Agência Brasil. A meta dos esforços governamentais é vacinar entre 90% e 95% do público-alvo definido pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), uma cifra que não foi alcançada nenhuma vez desde 2016. 2021 foi o pior ano da série histórica recente, com apenas 71% das crianças vacinadas. O Brasil não registra nenhum caso de pólio desde 1989 – as bem-sucedidas campanhas de combate à doença têm o célebre Zé Gotinha como seu grande representante. Mas o vírus não foi erradicado no mundo: a recente confirmação de um caso em Loreto, região do Peru que faz fronteira com o Acre e o Amazonas, ligou o sinal de alerta das autoridades brasileiras para nossas vulnerabilidades no enfrentamento da pólio.

Assembleia Mundial da Saúde teve início neste domingo

De 21 a 30 de maio, será realizada a 76ª Assembleia Mundial da Saúde em Genebra, na Suíça. O evento é a principal instância de decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS), e reúne delegações de todos os estados-membros da agência internacional. Em debate do Cebes noticiado pelo Outra Saúde, a secretária de Informação e Saúde Digital Ana Estela Haddad informou que o ministério da Saúde promoveu na última semana reuniões com a Fiocruz para construir uma agenda em comum para as atividades da Assembleia. Paralelamente ao calendário oficial, o Brasil promoverá um evento sobre a participação social na Saúde – estarão presentes Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), e Nísia Trindade, ministra da Saúde. Os procedimentos da Assembleia serão transmitidos ao vivo no site da OMS e as gravações também serão disponibilizadas posteriormente.

Pandemia prejudicou combate ao câncer de mama no Brasil, avalia estudo

A sobrecarga promovida no sistema de saúde pela pandemia da covid-19 trouxe grandes prejuízos para o combate ao câncer de mama no Brasil, alerta o portal Ciência UFPR. A conclusão vem de estudo paranaense publicado em periódico da Nature. Analisando dados do SUS de 2017 a 2021, os autores identificaram que 1 milhão de mamografias deixaram de ser realizadas em 2020, primeiro ano da pandemia. A cobertura do público-alvo do exame caiu pela metade – e os gastos com quimioterapia cresceram vertiginosamente, em especial com casos avançados. Foram R$129 milhões a mais para o custeio de tratamentos de câncer de mama, um dos mais onerosos ao representar 16% do total dos gastos com câncer. A mamografia ajuda a reduzir a mortalidade e os custos para o sistema de saúde ao permitir o diagnóstico precoce da doença. Até a conclusão do estudo, “não houve uma recuperação eficiente do rastreamento do câncer de mama”.

Alta de suicídio entre jovens indígenas preocupa lideranças e ativistas

63,6% dos 2.019 indígenas que cometeram suicídio no Brasil de 2000 a 2020 tinham entre 10 e 24 anos. São números oito vezes maiores que os índices registrados entre jovens brancos e negros – e, por isso mesmo, chamam a atenção de lideranças dos povos e autoridades do governo. Entrevistado pelo Uol, o epidemiologista da Fiocruz Jesem Orella aponta que este é um “problema que perpassa vários determinantes, como conflitos territoriais, racismo estrutural, questões de ordem econômica, política e psicológica”. Jovens indígenas ouvidos pela reportagem identificam a miséria nas aldeias e o preconceito fora delas como elementos que lhes roubam a perspectiva de vida – fatores específicos como o abuso de álcool e drogas, as altas taxas de violência sexual, os conflitos intergeracionais e o afastamento das atividades tradicionais de seus povos são apontados como agravantes.

Brasileiros destrincham papel dos linfócitos T na obesidade

Estudo liderado por pesquisadores da Unicamp e divulgado na revista científica Cell Reports constatou importante papel de uma das células de defesa do corpo no controle da obesidade, aponta a Agência Fapesp. A pesquisa, realizada em parceria com grupos da Usp e da Unifesp, se debruçou sobre o comportamento das células iNKT, um dos tipos de linfócito T produzidos por nosso corpo, e verificou que elas contribuem para a redução de inflamações no tecido adiposo e de lesões no fígado e no baço. A observação de que, quando saudáveis, essas células assumem um papel decisivo em nossa regulação imunometabólica, abre possibilidades para a compreensão de como o corpo pode responder ao acúmulo de gordura nos órgãos – condição cada vez mais comum na sociedade.

Leia Também: