Resenha Semanal
31 de janeiro de 2020. O avanço de forças anti-democráticas, incuindo o cristianismo, forçam a imaginação da esquerda…
Publicado 31/01/2020 às 18:26 - Atualizado 01/02/2020 às 03:39
Mais uma semana em Pindorama… Os dilemas políticos do Brasil ainda paralisam a esquerda, mas as elaborações e superações pipocam por aí, é preciso ser generoso e coletar formas de imaginações insurgentes, onde quer que estejam.
Das trapalhadas no Planalto, a melhor foi a novela do vai e volta de nomeações e desnomeações do amigo da família Bolsonaro, Vicente Santini. O chefe da Casa Civil, o já desprestigiado Onyx Lorenzoni, estaria com seus dias contados por causa disso.
Pode ter sido medo da imprensa, ou então brigas com o DEM e principalmente a balbúrdia do Enem, cortesia do ministro Weintraub, que provocaram o desgastante pingue-pongue.
Erros na condução do exame nacional macularam o que o ministro, que, ainda confiante antes das constatações embaraçosas, chamou de “o melhor Enem da história”. Rumores insistentes falam de sua demissão.
Já a ingressante Regina Duarte começou seu expediente em Brasília, depois do “noivado-estágio” de uma semana.
O INSS continua no caos, sucateado como foi, vítima do “corte de gastos”.
Repercute muito na esquerda o debate sobre o avanço do evangelismo no Estado brasileiro: o novo chefe da CAPES, que é o órgão que cuida das bolsas de produção científica, defende o criacionismo cristão, contra as teorias evolucionistas.
Além disso, parece que a FUNAI vai nomear um missionário e teólogo da organização evangélica americana MNTB para a chefia do órgão que cuida do contato com tribos indígenas isoladas. No geral a FUNAI vinha resistindo à pressão de missões evangélicas que querem convertê-los.
Na Bahia, uma candidata possível do PT à prefeitura é negra e policial… a Major Denise. Parece que suas posições são boas, mas ela provocou intensa discussão dentro da esquerda.
Da mesma forma, os “Policiais Antifascistas” existem e atuam junto ao baixo clero das polícias militares, mas são alvo de inteso debate na esquerda. O PSOL já buscou atuar junto aos cabos e sargentos durante a votação da Previdência militar, que os excluiu. Parte da esquerda não-institucional chiou muito. Há um viés da discussão que pensa que tudo pertinente ao estado é fascista, e que estão fora do estado e não conversam com ninguém que lide com o estado.
Ademais, esquenta o debate sobre a emergência de grupos de jovens marxistas-leninistas dentro da esquerda. Para parte da canhota, são apenas estalinistas, autoritários e revisionistas que configuram um verdadeiro bolsonarismo de sinal trocado.
Todo o vácuo é ocupado por forças com as quais nem sempre concordamos…
Gostou do texto? Contribua para manter e ampliar nosso jornalismo de profundidade: OutrosQuinhentos