OutrasPalavras

Jornalismo de Profundidade e Pós-capitalismo

Além de não devastarem a natureza, orgânicos oferecem muito mais ocupações e podem alimentar o mundo. Por isso, são temidos — e difamados — pelas corporações que controlam toda a cadeia de produção e distribuição do agronegócio

Região vive temperaturas recordes e incêndios intermináveis. Calor seca a matéria orgânica do solo e cria combustível natural. Há 20 mil km² (metade do RJ) em chamas. Fenômeno é, ao mesmo tempo, resultado e acelerador do aquecimento global

Estudo publicado na Science revela: entre 2008 à 2019, apenas 2% das propriedades — as maiores — promoveram 62% da derrubada ilegal. Pesquisador aponta envolvimento de fundos bilionários de investidores internacionais

General aposta na ação rudimentar das Forças Armadas contra o desmatamento — e investe R$ 500 milhões. Mas governo sabota e esvazia o Ibama, muito mais capacitado e experiente. Por isso, devastação cresce e pode bater recordes

Mortes se propagam nas aldeias. Governo abandonou-as — e ruralistas seguem no ataque. Frente ao genocídio, um saber antigo: retornar às florestas, para proteger os idosos, guardiões da ancestralidade, e os valores de coletividade…

A máquina que leva o planeta ao abismo está em pausa, diz um dos organizadores do movimento “Ocupa Política”. A doença obriga a refletir sobre o sistema que produz o desastre social e ambiental. Os resultados ainda são incertos

Três maiores redes de supermercado do país — GPA, Carrefour e Big/Wall Mart — são incapazes de rastrear carne que vendem. Bois criados na floresta devastada são comprados por frigoríficos “sérios” e vão à gôndola mais próxima de você

Pesquisadores associam mega-nuvem ao avanço da soja e outras monoculturas, que devastaram o habitat de predadores do inseto. Mudanças climáticas também influem. Mas governo pretende enfrentá-los com enxurrada de agrotóxicos

Cientistas registram a maior temperatura da história em regiões da Sibéria, com 38 graus. Fenômeno acelera o derretimento de geleiras e do permafrost, acarretando ciclo devastador de aumento do efeito-estufa e do nível dos mares

A “nova” crise é fundada num problema antigo: as desigualdades brutais. O fatalismo não nos salvará. Saídas podem estar na inteligência coletiva – os “paraquedas coloridos” de Ailton Krenak — e na agroecologia. O futuro será comunitário