Em pré-estreia, um filme simples e engenhoso. Ana Maria Magalhães investiga que foi feito da ala mirim da escola de samba de 1992. Entre a vida nos morros e a arte popular, alguns tornaram-se músicos; outros perderam os sonhos ou a vida
Seu divagar vagaroso traz destroços de naufrágios — os próprios e os do país. No método de criação, o hábito caipira de cismar, com cafés e manhãs. Em lucubrações, a busca pela palavra justa e o trabalho de cão, mesmo em tempos difíceis para a Literatura
Nas obras recém-lançadas de duas escritoras periféricas, amores e conflitos. Numa, a violência é crua e até requer belicosidade; noutra, agride mais alma que corpo. Em ambas, o Candomblé como espaço ancestral e coletivo das mulheres negras
Estreias e inéditos no canal Itaú Play e no Belas Artes Drive-in. Entre elas, o premiado Piedade, dum Claudio Assis mais sutil e maduro, mas com suas marcas registradas: denúncia das injustiças, olhar amargo e o sexo como força libertária
Ele fala em “vontade do povo”, mas logo cai em contradição. Exalta-se. Perde o controle. Quebra liturgias. Há instabilidade, ruído, vozes dissonantes. Parece 2020, mas é 1968 nas lentes de Andrea Tonacci, indispensável cineasta brasileiro
O inescapável A hora do lobo está em cartaz no Sesc Digital. Um casal em uma ilha deserta, um pintor que começa a ver figuras, a esposa tentando arrancá-lo da loucura. No rosto de Liv Ullmann, em plano fechado, síntese da obra do cineasta sueco
No filme Narradores de Javé (2004), de Eliane Caffé, povoado será engolido por uma represa. A salvação poderia ser a história de seu povo, que redescobre o sentido de pertencimento. Esquecem que governos só se atém a “história dos vencedores”…
Exposição fotográfica virtual retrata o drama do povo saharaui: expulso de suas terras no Marrocos, há 45 anos, e forçado a viver no deserto, em campos de refugiados. Frente ao silêncio da ONU, resta a solidariedade internacional
Em obras de Walner Danziger e Sergio Vaz, subjetivas cartografias de campinhos, vielas, escolas e rolês culturais. Nelas, o bairro é um lugar-personagem — e, mais que o trabalho, é elemento para a construção coletiva de sentimentos