O 2º melhor jornalista do Cazaquistão volta aos EUA, escarnece políticos republicanos e revela país racista, ultraviolento e misógino. Mas momento é inusitado ao humor — e dado o absurdo nos noticiários, piadas geram mais calafrios que risadas
Atravessadas por questões de gênero, raça e classe, suas personagens não se adequavam. Seus olhares desviantes nos encontram até hoje, na violência, na dor e na inferiorização. Mas também na busca por uma sociedade livre de injustiças
Em M8, de Jeferson De, estudante de medicina se dá conta: negros como ele, no curso, são apenas os cadáveres usados para dissecação. Entre seu drama pessoal e o sumiço de jovens na periferia, a dimensão do fantástico e do racismo estrutural
Falecido em 1988, cartunista faria 77 neste mês. Criador dos inesquecíveis Fradim e Graúna, recusou o bom mocismo e usou a acidez para estabelecer comunicação mais popular — e cutucar o poder. Uma lição para a esquerda de hoje…
Dois poetas mostram o vigor estético da literatura de periferia. Em um, pena reluzente, rigor formal e cortejo aos cânones — mas falta-lhe DNA da quebrada. Em outro, o lixo como elemento central — carregado de melancolia e sintaxe das ruas
Em Relatos do Mundo, veterano da guerra civil nos EUA encontra garotinha “órfã duas vezes”. Em vez do rancor revanchista, cowboy que vê o Outro, crê na força da palavra e mergulha no coração de país dilacerado por disputas sociais, políticas e étnicas
Uma é laureada; outra, ignorada pela crítica. Mas Clarice Lispector e Lourdes Ramalho têm mais que o centenário em comum. Em suas obras, há a busca pelos fios de suas origens judaicas e a justiça social no reencontro com o humano
Nesta semana, morreu o célebre roteirista francês, parceiro, entre outros, de Buñuel e Babenco. Suas lições: o exercício constante do “músculo da imaginação”, o roteiro como casulo do filme, os diálogos fluidos e sofisticados
O quietismo de Pedro e o lobo ensina, mas o rebelde súdito de A roupa do Imperador inspira. Sem paranoias ou pós-verdades, ele ousa destoar da verdade socialmente aceita. Grita “o rei está nu” — e denuncia os cínicos do “eu não sabia”…
Primeiro filme do aclamado cineasta chega ao streaming. Em Medo e desejo (1953), acidente leva quatro soldados para trás das linhas inimigas. Uma parábola antibélica cheia de falhas de estreante, mas que também revela sua potência criativa