Nos países mais pobres, 17% das pessoas nascidas há 20 anos já morreu, admite António Guterres, ao falar em homenagem a Mandela. Ele admite desigualdade começa no Banco Mundial, FMI e a própria ONU — e é escancarada pela pandemia

Cultura patriarcal arraigou-se em nossa visão de mundo e as mudanças climáticas expuseram a barbárie do antropoceno. A chance está nas metamorfoses: ao acaso dum vírus, surge brecha para repensar nossa relação com a Natureza

Multiplicam-se as alianças da oligarquia financeira com os Trump, Bolsonaro e Orban. Desde a crise de 2008, sistema abandonou os anéis, para manter objetivo essencial: estender a racionalidade ultracapitalista a nossa vida e subjetividade

Modernidade erigiu um paradigma de guerra: a ciência usada para domar e pacificar as forças naturais. Arrogante, humanidade julgou-se superior, esquecendo-se que é parte no mundo. Pandemia mostra que “inimigo” está vivo…

Cada vez menos eficiente, indústria petroleira sustenta-se graças a simbiose com os cassinos financeiros. Alternativas enfrentarão resistência feroz: estará em xeque a mesma lógica de infinitude que sustenta o capitalismo

Steve Bannon, Olavo Carvallho e o russo Aleksandr Dugin dizem-se contra o establishment, mas creem num Tradicionalismo ainda mais elitista e retrógrado. Sociedade precisaria mergulhar em trevas, para voltar a uma “Idade do Ouro”

Parte está em asilos deploráveis, com altíssimo índice de mortes na pandemia. Parte é vista como mercado promissor pelas “casas de repouso” para ricos. Trabalho insano impede que as famílias os acolham. Sintomas de uma sociedade em suicídio

Desencantado com a III Internacional após 1939, filósofo recorreu a suas raízes judaico-cristãs. A curiosa construção teórica a que chegou enxerga o “espírito messiânico”, em sintese com o materialismo, para levar o proletariado à vitória

Nos conceitos de Umberto Eco, chaves para entender a crise civilizatória. Há quem aposte que o capitalismo sairá revigorado; para outros, surge uma rede mundial de solidariedade. De material, população ainda mais desassistida pelo Estado

Há dois séculos, ele é o emblema da industrialização e do capitalismo. Suas propriedades são notáveis, mas a lógica de infinitude associada a ele nos projetou em crise ambiental e civilizatória. Substituí-lo exigirá criar outra sociedade