Hegemonia e revolução democrática no século XXI

Sociólogo vice de Evo e deputado da esquerda espanhola debatem os contornos das irrupções plebeias de nosso tempo em lançamento da Autonomia Literária. Nossos apoiadores concorrem a 2 exemplares e têm 25% de desconto

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As transformações do capitalismo nas últimas décadas exigem da esquerda comprometida com a emancipação das maiorias um esforço de renovação de suas estratégias, para que sejam adequadas aos novos tempos. O mesmo se pode dizer dos ciclos recentes de lutas populares e governos progressistas em várias partes do planeta, que deixam como legado muitas lições sobre o caráter do Estado, o papel das mobilizações de massa e o lugar das disputas do imaginário social.

É o que debatem Álvaro García Linera e Íñigo Errejón em seu recente Qual horizonte: hegemonia, Estado e revolução democrática, um dos lançamentos mais interessantes do ano. Construído em formato de diálogo a partir de conversas realizadas na Bolívia e no Estado espanhol entre 2018 a 2019, o livro chega ao Brasil com o selo de nossos parceiros da Autonomia Literária.

Linera e Errejón são exemplos de intelectuais que rejeitam o canto de sereia da ciência social de gabinete e dedicam suas vidas às reflexões a quente do calor das ruas. Respectivamente sociólogo e cientista político, ambos têm a biografia marcada pela militância em agremiações de esquerda desde a juventude – e, no caso de Linera, também pela luta guerrilheira que lhe rendeu 5 anos de prisão.

A ligação profunda com a experiência revolucionária boliviana é o ponto de contato entre o homem de Cochabamba e o (já não tão) jovem de Madrid. Se um foi por treze anos copiloto do Estado Plurinacional ao lado de Evo Morales, o outro dedicou sua tese de doutorado, A luta pela hegemonia durante o primeiro governo do MAS na Bolívia (2006-2009): uma análise discursiva, ao estudo do avançado processo político do país.

Foi exatamente no transcurso da revolución democrática y cultural da Bolívia que diversas problemáticas abordadas na obra se expressaram na realidade de forma mais aguda, sendo respondidas com soluções originais. Nela, podemos encontrar indícios do que fazer para enfrentar os desafios do século 21: se o voto se estendeu às classes populares, como não era antes, como introduzir uma democracia substantiva e não meramente formal? Se hoje é possível aos partidos de esquerda conquistar o governo, como pôr o Estado a serviço de transformações estruturais e sistêmicas e driblar o desvio gerencialista? O que é necessário para gerar uma irrupção plebéia, nos termos dos autores, no capitalismo de hegemonia neoliberal?

Outras Palavras e Autonomia Literária sortearão dois exemplares de Qual horizonte: hegemonia, Estado e revolução democrática, de Álvaro García Linera e Íñigo Errejón, entre os apoiadores do nosso jornalismo. O formulário de participação será enviado por e-mail e aceitará inscrições até terça-feira, 4/10, às 14h. Quem é Outros Quinhentos tem até 30% de desconto no site da editora.

Sabemos que, não poucas vezes na história, o pensamento político foi tomado pela febre do “novo” – fenômeno comum também nas humanidades acadêmicas. Nem tudo que reluz é ouro, já nos avisava a sabedoria popular. O conteúdo aqui, porém, é de outra ordem. Linera e Errejón se debruçam na análise do “novo” concreto, das novas condições objetivas postas, e se lançam rumo à formulação de um outro “novo”: o do horizonte revolucionário por construir no século 21. Com Marx, Lenin e Gramsci, mas também com a criatividade das novas ideias, partilham esboços de uma estratégia para nosso tempo.

No Brasil, nos encontramos em uma encruzilhada histórica. Há grandes chances de derrubarmos o governo liberal-fascista, mas os acordos de “frente ampla” firmados para esse desafio democrático podem limitar os horizontes da reconstrução do país. 

As conversas de Linera e Errejón trazem uma contribuição para que não deixemos de lado a caminhada até um outro sistema econômico e social, mais justo e fraterno, e que tenhamos as ferramentas analíticas e teóricas para não nos rendermos à miséria do possível.

Os apoiadores do jornalismo de Outras Palavras poderão ter em mãos essa bela peça das novas sínteses transatlânticas e transnacionais da esquerda. Sortearemos dois exemplares de Qual horizonte: hegemonia, Estado e revolução democrática, de Álvaro García Linera e Íñigo Errejón, entre os membros da rede Outros Quinhentos, em parceria com a Autonomia Literária.

Receberemos inscrições até as 14h da próxima terça-feira, 4/10, no formulário que será enviado por e-mail na lista de nossos apoiadores. Faça parte da rede de financiamento coletivo do nosso jornalismo independente e de profundidade para participar do sorteio e também receber as contrapartidas e os descontos oferecidos por nossos parceiros.

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