Como ajudar o valente Acampamento Marielle Vive!

Em Valinhos, SP, mais de mil famílias sem-terra lutam pela Reforma Agrária. Mas, devido às medidas preventivas ao coronavírus, enfrentam falta de água, alimentos e medicamentos. Por meio de doações via depósito, solidariedade é possível

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Por Veridiana Zurita

“A liberdade da terra não é assunto de lavrador. A liberdade da terra é assunto de todos os quantos que se alimentam do fruto da terra”

O novo coronavírus Covid-19 se espalha com rapidez e proporções pandêmicas. No Brasil, o vírus e sua escalada infecciosa deixam claro, mais uma vez, aquilo que já se sabe, mas que parece ser preciso uma tragédia anunciada pra nos fazer ver: quem vai sofrer mais e morrer antes de qualquer vacina são xs pobres, pretxs e periféricxs. É a classe trabalhadora e desempregada de homens e mulheres trans e cisgênera, aquelxs com trabalhos informais e precarizados que irão ser afetadxs com maior intensidade. É a doméstica infectada pela patroa recém-chegada da Itália que vai morrer. Quarentena é privilégio de classe assim como acesso a saúde.

O que esse vírus expõe é a crise de um sistema tanto responsável pelo Covid-19 quanto incapaz de salvar as vidas da população mais explorada. É justamente a população global que garante o lucro do capital aquela que vai ser soterrada pelo vírus que o capitalismo criou. E é bem provável que a cabeça capitalista faça esse cálculo. A imagem é simples apesar da complexidade do cenário real, presente e ao mesmo tempo distópico: estamos todes na mesma tempestade mas em barcos bem diferentes. Quem não quer ver que escolha não ver, mas o elo entre o vírus que nos invade e o capitalismo é evidente. As relações entre a devastação e exploração da natureza, o aniquilamento dos habitats, o avanço desenfreado da agropecuária são agentes diretos na transferência “microbiana de animais para seres humanos”, na emergência de vírus e suas epidemias.

É nesse cenário que encontramos mobilizações históricas como o MST. Um movimento de trabalhadores rurais sem-terra, que nos apresenta uma alternativa de produção e consumo, de vida em comunidade e de revitalização de territórios que a propriedade privada prefere deixar morrer ecológica e socialmente, do que abrir mão de seu lucro através da especulação imobiliária.

O Acampamento Marielle Vive! (Valinhos/SP) é exemplo concreto do processo de luta e reivindicação pelo direito a terra garantido pela Constituição Federal. Lá estão mais de mil famílias lutando por uma Reforma Agrária que pode nos dar importantes respostas para a crise atual. Nesse momento de pandemia o acampamento se fragiliza com falta de água, alimentos e o não acesso ao serviço público de saúde. São essas famílias que lutam por uma alternativa ao modelo de sociedade que nos assola através do capitalismo as mesmas que serão mais afetadas. Diante dessa contradição orquestrada por um sistema que instrumentaliza a desigualdade, precisamos de fato organizar a revolta em forma de solidariedade e redes de apoio.

Estamos vivendo um surto da pandemia de coronavírus. As famílias pobres serão as maiores vítimas desse cenário, com menor acesso aos serviços de saúde e condições de trabalho e vida precárias. O acampamento Marielle Vive está realizando ações de prevenção ao contágio e possibilitando, de forma coletiva, as condições para todos/as nesse período.

Por isso, prevendo a intensificação das dificuldades de diversas ordens, estamos realizando uma CAMPANHA URGENTE DE DOAÇÃO DE ALIMENTOS via depósito em conta.

Conta para depósito
Centro de Formação Sócio Agrícola Dom Helder Câmara
Banco do Brasil
Agência: 1184-3
Conta corrente: 140000-2
CNPJ 060764640001/68

Agradecemos muito toda a solidariedade.

MarielleVive! SeuLuisPresente!
LUTAR, CONSTRUIR REFORMA AGRÁRIA POPULAR!

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