Em cartaz, A noite do dia 12 utiliza a investigação de um crime para abordar a misoginia. Na busca de suspeitos, a própria vítima, taxada de promíscua, é julgada pelo vilarejo e pela equipe policial. E a sociedade, por omissão diante de feminicídios
O pai negro, distante. A filha, também negra, em sua família branca. Mas não é um melodrama. Com poética urbana, filme aborda com força e sutileza o racismo e, através da desconstrução de certos aços afetivos, esboça outras redes de acolhimento
Em cartaz, Seus ossos e seus olhos é um estudo do corpo e de seus embates. Na história, um cineasta vive diversos encontros e situações numa cidade — São Paulo — vista como um ser vivo: com perigos, promessas e abismos sociais e existenciais
Cineasta constrói um painel da imigração japonesa ao Brasil, a partir da história de sua família. Com afeto mas sem condescendência, descreve a jornada de seus pais frente ao desemprego, preconceito etarismo e o avanço da precarização
Quatro filmes para conhecer a arte “impura” de um diretor. Seja na investigação da morte de sua mãe ou em um réquiem pelo cinema popular, ele utiliza a precariedade como matéria criativa; e vê no apagar da vida, uma forma de celebrá-la
Premiado em Cannes, Eo narra as peripécias e desventuras de um jumento, sem antropoformização forçada. Ele sofre maltrato, fantasia mundo e sonho com a liberdade. No filme, o animal mais estranho e ilógico de todos é o homem
No interior da Colômbia, o olhar de um alemão intriga: será ele Hitler? A presença de nazistas na América Latina é tema recorrente — eletrizante ou divertida, mas sempre sombria. Meu vizinho Adolf é convite para revisitar este acervo
Na mira do governo iraniano, cineasta exila-se num vilarejo enquanto dirige via internet o seu filme. Em debate, a ética sobre imagens — sobretudo quando vidas estão em jogo — e limiares: entre o Irã e Turquia; o documentário e a ficção…
Em O homem cordial, Iberê Carvalho constrói a narrativa de uma noite turbulenta, envolvendo um policial à paisana, um jovem desaparecido e um cantor de rock. Emergem as fraturas de um país cindido e feridas históricas não cicatrizadas
Em A Primeira morte de Joana, de Cristiana Oliveira, garota explora suas relações familiares e sexualidade em meio aos horizontes vastos e à moralidade estreita do extremo Sul. Jair Rodrigues, de R. Rewald, aponta peculiar negritude do músico